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"Não se conhece o homem por sua animação, mais pela quantidade de sofrimento verdadeiro que ele é capaz de suportar!..." (Charles Thomas Studd)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Escatologia O Livro de Daniel III.

http://sheimonphn.blogspot.com


Dedicatória
Aos meus amados irmãos em Cristo; a minha querida esposa e auxiliadora Helena, que sempre esta ao meu lado; aos meus filhos, presentes do Senhor e alegria; aos meus pais que tanto sofreram em minha infância; a missionária Maria Ângela por toda dedicação e zelo...
Dedico a vocês esta simples apostila.

Agradecimento
A ti; meu querido Senhor, agradeço de todo coração!
Nada tenho que tu não tenhas me dado, nenhuma revelação há que não esteja na tua Palavra, nenhuma ciência que não seja do teu Espírito; portanto, toda glória e toda honra sejam para o Senhor, meu Deus!
As falhas que porventura existam, certamente serão a única parte exclusivamente minha.







































Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Introdução ao estudo
Queridos irmãos; estaremos estudando o livro de Daniel; este livro é essencial para a compreensão da escatologia bíblica; ele enfatiza a soberania de Deus e mostra o futuro de Israel, bem como o das nações e o triunfo final do reino de Cristo.
Nosso estudo foi dividido em aulas afim de que possam ser ministradas em seminários ou escolas bíblicas.
O estudo também faz parte do Seminário de Escatologia da Semente da Vida Igreja Evangélica, sendo a terceira parte do mesmo.
Esta apostila auxiliará na interpretação do livro de Daniel e fornecerá importante ferramenta para a análise de outros textos escatológicos, como por exemplo, a análise do livro do Apocalipse.
Recomendo que seja feita a leitura do livro de Daniel ao menos duas vezes antes de iniciarmos a nossa meditação.
Bom estudo e que o Espírito Santo nos guie nesta jornada de aulas!

































Semente da Vida                       
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 1
Assunto: O livro de Daniel
Queridos irmãos, nesta aula estaremos falando sobre detalhes do livro de Daniel, os quais nos serão úteis para a compreensão do livro.

 I)- Autor e data :
O livro é de autoria do profeta Daniel, durante o período do exílio.
Podemos perceber esta autoria no emprego da primeira pessoas do singular nos capítulos de sete a doze (Dn 7.13,28; 8.1; 9.1,2; 10.2; 11.2; 12.13). Como o livro faz parte de uma unidade, conclui-se que todo o livro foi escrito por Daniel. Além da unidade do próprio livro, há uma unidade temática no mesmo; passagens conhecidas, como por  exemplo, a que trata da visão de uma estátua que teve o rei Nabucodonosor a qual foi interpretada por Daniel, desenvolve-se mais precisamente nas visões dadas por Deus ao próprio Daniel na segunda parte do livro.
O próprio Senhor Jesus afirmou a autoria de Daniel em Mt 24.15.
Soma-se ao exposto acima, o fato de que a Igreja apostólica jamais contestou a autenticidade do livro, sendo que o primeiro a questionar a autoria foi um forte oponente ao cristianismo chamado Porfírio de Tito, durante o 3º século da Igreja. Ao longo dos séculos tem sido mantida tradicionalmente a autoria de Daniel pela Igreja cristã.

II)-Propósito:
Encorajar os judeus do exílio babilônico mostrando que Deus, apesar de puni-los, estava no controle de todas as coisas, e que o Senhor tem o domínio sobre o tempo e sobre a história, bem como é soberano sobre cada ser humano individualmente e sobre todos os reinos da terra; logo, os judeus deveriam animar--se, pois Deus os traria de volta a Terra prometida e julgaria todos os reinos.

III)-Tema:
A soberania de Deus sobre a humanidade no decorrer de todas as eras.

IV)-Observações:
O livro de Daniel é chamado de “Apocalipse do Velho Testamento”; é um livro essencialmente profético, e muitas profecias nele narradas se referem ao final dos tempos.
O estudo do livro é necessário para a compreensão de textos importantes, tais como o sermão profético de Jesus (Mt 24,25; Lc 21.5-36), e o texto de II Ts 2.1-12 que fala sobre o Anticristo. Também é fundamental para melhor entendimento do livro do Apocalipse.
Não devemos esquecer o fato do livro de Daniel estar repleto de linguagem figurada quando formos lê-lo ou meditarmos nele. A simbologia requer um estudo bastante acurado; criterioso e cuidadoso, a fim de que não cometamos erros sérios de interpretação.

V)-Esboço do livro:

O livro pode ser dividido em duas partes principais:
1-6- parte histórica
7-12- parte profética
A partir desta divisão temos o seguinte esboço:

1ª parte:
1.1-21-Daniel na Babilônia – assiste diante do rei
2.1-49- A visão de Nabucodonosor e a interpretação dada a Daniel- Daniel governador
3.1-30- Os amigos de Daniel são jogados na fornalha de fogo
4.1-37- A loucura de Nabucodonosor
5.1-31- A escrita na parede
6.1-27- Daniel na cova dos leões

2ª parte:
7.1-28- Visão de Daniel- As 4 feras
8.1-27- Visão de Daniel- O carneiro e do bode
9.1-19- Intercessão de Daniel
9.20-27- As setenta semanas
10.1-21- Visão do Senhor
11.1-12.3- Visões até o fim dos tempos
12.4-13- Conclusão da profecia com mais detalhes sobre o fim.

































Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 2
Assunto: Estudo do capítulo 1

Nesta aula estaremos meditando no capítulo 1 do livro de Daniel.
Este capítulo nos mostra como Daniel chegou a Babilônia; a sua coragem em conservar-se íntegro para o seu Deus e como ele veio a assistir perante o rei Nabucodonosor da Babilônia.

Dn 1.1,2- Daniel na Babilônia
Daniel foi trazido na 1ª leva de cativos Judeus para a Babilônia, no terceiro ano de Jeoaquim, rei de Judá, conforme a contagem de anos dos caudeus (correspondente ao quarto ano na contagem hebraica). Isto ocorreu por volta de 605 ac, quando Daniel era apenas um jovem (entre 13 e 17 anos).

Dn 1. 3-7- Daniel é separado e preparado para servir diante do rei
Foi dada a incumbência ao chefe dos eunucos que separasse dentre os cativos, jovens da linhagem real e nobreza, que possuíssem boa aparência e fossem inteligentes; com o propósito de assistirem diante do rei da Babilônia. Eles seriam preparados para este serviço.(3,4)
O preparo, além de abranger o aprendizado da cultura e língua caldéia, consistia em receber das iguarias do rei e do vinho que ele bebia, ou seja, comeriam “do bom e do melhor”, porém, os alimentos do rei eram consagrados mediante ritual pagão e lhes eram conferidos “certos poderes” místicos. Comer estes alimentos poderia significar uma associação com algum “deus” pagão, além do que, o resultado final do tratamento seria para glória de um “deus” falso.
Este preparo levaria três anos, após os quais seriam levados diante do rei para que este os provasse e, então, o serviriam.
Dentre os jovens que foram separados, estava Daniel e seus três amigos, os quais tiveram os seus respectivos nomes mudados, conforme o costume caldeu pagão exigia para o serviço que iriam fazer. (5-7)

Dn 1.8-16 - Daniel resolve não se contaminar
Daniel não quis se contaminar, apesar da finas iguarias que lhe eram oferecidas. Corajosamente falou com o chefe dos eunucos que  lhe permitisse não comer nem beber daquilo que era da porção do rei.

Deus se alegra quando  jovens, como Daniel, são dispostos a buscar a santidade e se abstêm de todos os “manjares” que o mundo oferece!
É muito bom ver jovens corajosos como Daniel e seus amigos, determinados a dizer não, quando muitos se dobram diante de tudo que o mundo os oferece.
É precioso aos olhos do Senhor quando um jovem confia completamente em Deus, sabendo que nada que o mundo oferece poderá lhe fazer falta!

  

O Senhor honrou o propósito do coração de Daniel e tocou no coração do chefe dos eunucos para que Daniel achasse graça aos seus olhos. (8,9)
O chefe dos eunucos temia ser punido caso Daniel viesse a se abater por não comer e nem beber do que lhe foi determinado pelo rei.(10)
Daniel pede para fazer uma prova com o chefe dos cozinheiros por dez dias, nos quais se alimentaria apenas com legumes e água. No final dos dez dias o cozinheiro chefe julgaria se ele estava com a aparência melhor ou pior do que a dos outros jovens que comiam da porção do rei. (11-13) Daniel sabia que Deus o honraria!
O cozinheiro aceita o teste e, para a surpresa dele, no final do tempo determinado, Daniel e seus três amigos estavam com a aparência melhor do que a de qualquer outro jovem. Por causa disso, eles passaram a comer apenas legumes e beber somente água até que o período de preparo se findasse. (14-16)

Abster-se do mundo somente traz benefícios para o servo de Deus; quanto mais buscamos a santificação, maior a nossa saúde espiritual!
As iguarias do rei simbolizam o mundo e tudo o que ele nos oferece.

  

Dn 1.17-20 – Deus leva Daniel para o palácio do rei
O Senhor recompensou a confiança que Daniel e os seus três amigos tiveram, dando-lhes cultura, inteligência e sabedoria; a Daniel, porém, Deus deu também a interpretação de visões e sonhos. Estes quatro jovens marcaram a história pela fé que possuíam em Deus, sobressaindo a vida deles sobre a de todos os outros jovens que estavam sendo preparados.
Daniel se destacou dentre os quatro, não somente por sua fidelidade, mas também por sua iniciativa, coragem e comunhão inquestionáveis diante dos homens; verdadeiramente ele era um jovem mui amado por Deus! Ler Dn 10.11(a).
Daniel e seus amigos; Hananias, Misael e Azarias, foram trazidos com os demais jovens à presença do rei ao cabo dos três anos determinados, e, após todos serem provados, não se achou jovens iguais aos quatro, por isso passaram a assistir diante do rei.
Daniel e seus amigos responderam a todas as perguntas feitas por Nabucodonosor; sendo constatado que eram dez vezes mais doutos que os demais jovens. (17-20)

Dn 1.21 –  Daniel usado por Deus durante o exílio
O ministério de Daniel permaneceu até o fim do cativeiro, no primeiro ano do rei Ciro da Pérsia. Este é o sentido do versículo.
Não está escrito que Daniel ficou vivo até o primeiro ano de Ciro, mas que ele exerceu o seu ministério até o fim do cativeiro, atravessando o reinado de todos os reis da Babilônia  a contar de Nabucodonosor, até Ciro, rei da Pérsia. (20).

Observação: Magos não eram necessariamente bruxos, pois a ciência e a magia se confundiam naquela época. Hoje a palavra tem sentido apenas de bruxo.

Podemos resumir o capítulo um da seguinte forma:
1. 1,2- Daniel é levado para a Babilônia
1. 3-7 Daniel é separado e preparado para servir diante do rei
1.8-16 Daniel resolve não se contaminar
1.17-20 Daniel no palácio do rei
1. 21 O ministério até o fim do exílio

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Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 3
Assunto: Estudo do capítulo 2
A estátua do sonho do rei Nabucodonosor
Irmãos; neste estudo estaremos analisando o capítulo 2 do livro de Daniel e estaremos descobrindo como este jovem passou a ser o governador de toda província da Babilônia. Este capítulo nos traz uma importantíssima revelação escatológica referente à evolução dos impérios mundiais até o retorno de Jesus a Terra para implantar o seu reino milenar.

I- Esboço do capítulo 2:
Para melhor memorização; podemos dividir o capítulo 2 da seguinte forma:

2.1- 16- O Sonho do rei Nabucodonosor
v.1)- o sonho tirou-lhe o sono
v.2)- procurou àqueles que, supostamente, poderiam interpretá-lo
v(s).3-11)- o rei não revelou o sonho, mas desejava a interpretação do mesmo sob pena de morte
12,13)- o rei decreta a morte de todos os sábios
14-16)- Daniel toma conhecimento do decreto do rei
2.17- 23- Daniel ora ao Senhor

2.24-45- A interpretação do sonho

2.46,47- O Senhor é glorificado

2.48,49- Daniel é honrado

II- Meditando no capítulo 2
Observação: Estaremos nos concentrando, em especial, na interpretação do sonho do rei Nabucodonosor, por ter este sonho revelações importantíssimas no que se refere à escatologia. Apesar deste capítulo estar inserido na parte histórica, e assim está pelo fato de informar como Daniel veio a ser o governador da província da Babilônia; o capítulo possui uma das profecias mais conhecidas da Bíblia em relação ao fim dos tempos.

Dn 2.1-16-  O sonho do rei Nabucodonosor
O rei Nabucodonosor teve um sonho tão terrível que tirou o seu sono; por causa disso mandou chamar todos os que, segundo o seu raciocínio, julgava terem condições de interpretar o sonho. (v.1,2)
O rei desejava saber o significado do sonho, entretanto, não queria ser enganado quanto a sua interpretação, tamanha era a seriedade do que sonhou, e, como era um homem inteligente, não comunica o sonho aos cauldeus (nome que está se referindo a toda  casta de sábios), pois ele pensou que assim fazendo poderiam lhe dar uma interpretação qualquer, mas, por outro lado, se eles recebessem a revelação do que ele sonhou, certamente a interpretação seria correta.
O rei diz apenas que teve um sonho. (v.3)
Naturalmente, a primeira reação dos sábios era pedir que o rei contasse o sonho para que interpretassem (v.4). Ao pedido dos sábios, o rei fala que se o sonho fosse declarado, bem como a sua interpretação, eles receberiam recompensa da parte do rei, caso contrário, o rei os puniria com a pena de morte e destruição das suas respectivas casas (v.5,6).
Os caldeus pedem mais uma vez que lhes seja contado o sonho (v.7), o que, aos ouvidos do rei, pareceu como se os caldeus tentassem “ganhar” tempo, ao que o rei responde, mais uma vez que certamente morreriam se não falassem o sonho e a sua interpretação, pois ele já havia determinado tal sentença, o que significa que a sua decisão não seria cancelada (v.8,9).
Os sábios reconhecem a sua impotência diante do pedido do rei, pois não havia ser humano capaz de responder a pergunta; somente os “deuses” poderiam responder. Devemos considerar que se trata de uma resposta dada por pagãos que adoravam a vários deuses; entretanto, é interessante notar que eles reconheciam que a resposta não poderia vir de homem algum (10,11).
O rei fica extremamente irado, e o motivo da ira do rei era principalmente a incompetência dos caldeus que, desta feita, deixavam as suas  mentiras bastante evidentes diante do rei, eles não possuíam poder algum sobrenatural como diziam ter, além do que, o rei estava inquieto quanto ao sonho e desejava saber o que este significava (12).

Amados irmãos; o Diabo pode até tentar imitar a Deus, ele tenta iludir as pessoas com falsos sinais, entretanto, suas mentiras cairão por terra!
Foi assim que aconteceu com Moisés no Egito diante de Faraó; os magos do Egito tentaram, com os seus “truques”, imitar o poder de Deus, mais logo sucumbiram diante de Moisés, pois a autoridade e o poder de Deus estavam na vida dele (Ex 7.8-12; 20-22; 8.6-8; 17,18; II Tm 3. 8,9). A mentira não perdurará por muito tempo!

  

A ira transforma-se em um decreto que ordenava a morte de todos os sábios da Babilônia, e, conseqüentemente, o decreto atingiria a Daniel e seus amigos (13).
Daniel, após se informar a respeito do fato, vai até o rei e pede um prazo para dizer qual é o sonho e para dar a  sua respectiva interpretação (14-16).
Notamos a coragem e a confiança que Daniel possuía no Senhor; ele não disse que talvez desse a interpretação, mas, com plena certeza, afirmou que diria ao rei qual é o sonho e a interpretação, o tempo que ele pediu seria apenas para orar, pois sabia que dependia de Deus. Interessante também observar que Daniel deixou o prazo a critério do rei e não perguntou qual era o sonho, ou seja, ele mostrou que não queria apenas ganhar tempo como os demais sábios da Babilônia.

Dn 2.17-23- Daniel ora ao Senhor
A oração de Daniel nos versículos 20 a 23, é em agradecimento ao Senhor, pois Deus, por sua misericórdia, havia revelado o mistério a Daniel e seus amigos. Podemos observar que:
1)-Daniel conta com a intercessão dos amigos (17).

É importantíssimo que oremos uns pelos outros!

  

2)-Daniel fiava-se na misericórdia do senhor e não em sua própria  justiça (18).

Quando oramos, é importante sabermos que Deus nos atenderá por causa de Jesus e não por nosso próprio mérito!

  

3)-Daniel não queria ser confundido com os demais sábios da Babilônia, pois ele e seus amigos conheciam ao Deus verdadeiro (18).
Deus atendeu ao pedido de Daniel e este glorifica ao Senhor.
Os versículos 21 e 22 trazem o tema do livro: A soberania de Deus.

Dn 2. 24-45- A interpretação do sonho
Daniel pede para ser levado à presença do rei, e este lhe pergunta o sonho e a interpretação (24-26).
Daniel procura glorificar e exaltar o nome do seu Senhor, ele chama a atenção do rei para Deus! (27,28). A visão era escatológica (28). No versículo 30, mais uma vez este homem de Deus deixa claro que a revelação não vinha da sua própria capacidade e sabedoria; e que ele era apenas um instrumento para que Deus revelasse ao rei o significado do sonho.
Daniel não somente diz o que o rei sonhou; o que já deve ter causado um grande tremor no rei (29-35), como dá a interpretação do sonho (36-45).
Observação: Nos deteremos na interpretação em um tópico à parte.
Como o sonho fora revelado, era impossível que a interpretação fosse incorreta, e, conseqüentemente, tudo o que foi dito certamente aconteceria (45b)

Dn 2.46,47- O Senhor é glorificado
O episódio leva o rei a admitir o poder de Deus e glorificar o nome do Senhor; admitir, entretanto, não significa conversão.
Observação: Muitos céticos afirmam que Daniel aceitou adoração, o que é uma inverdade.
O rei se inclinou em sinal de respeito (costume da época) e reconhecimento da autoridade de Daniel. Quanto ao que lhe foi oferecido, tratava-se de oferta (presente) de iguarias e perfumes e não sacrifícios de animais ou coisas parecidas que caracterizavam adoração à divindade. Será que um homem como Daniel, o qual jamais permitiu sequer qualquer exaltação, como vimos anteriormente, poderia aceitar ser adorado como um Deus? Isto seria um absurdo!

Dn 2.48,49- Daniel é honrado
Como resultado da sua confiança na misericórdia de Deus e da sua fidelidade em buscar a glorificação do Senhor e não a de si próprio, Deus fez com que Daniel se tornasse o governador de toda província da Babilônia.
Outra vez vemos Daniel não pensando em si mesmo apenas, mais estende a benção aos seus três amigos (49).

III- O sonho do rei e a interpretação
Deixei este tópico à parte por ser de extrema importância para a escatologia bíblica. Neste capítulo do livro de Daniel encontramos uma revelação importantíssima com relação à evolução dos impérios mundiais até o fim dos tempos. A seqüência  se inicia com o império babilônico, por ser este o império que dominava o mundo na época do sonho do rei, e vai até o reino milenar de Cristo, passando por uma sucessão de elevação e queda de vários impérios; o surgimento do império do Anticristo, a sua derrota com a segunda vinda de Cristo e a conseqüente destruição de toda tentativa fútil do homem governar sem Deus.
Para facilitar a compreensão, na página seguinte existe uma figura que representa a estátua do sonho do rei.  Você poderá observar que existe uma seta à direita da estátua no sentido de cima para baixo enfatizando a degradação do domínio humano. Esta decadência é representada na queda da qualidade dos materiais empregados na estátua, respectivamente e em ordem decrescente, partindo da cabeça para os pés: ouro, prata, bronze, ferro e ferro misturado com barro, isto indica a queda dos valores morais da sociedade e do governo humano ao longo das eras.
Sabemos da exatidão da revelação através da história secular e dos achados científicos. Daniel não sabia sobre a evolução dos impérios, a não ser quando o Senhor o revelou, pois no capítulo 2, a Babilônia era soberana dentre as nações; ele também não viveu na época dos impérios que viu na estátua, com exceção do império Medo-Persa, no qual Daniel ainda viveu após a queda da Babilônia. Devemos considerar ainda que Daniel recebeu a revelação da sucessão de impérios, mais não lhe foi revelado o nome dos impérios que dominariam, entretanto, por todas as características e exatidão da revelação, sabemos pelos achados arqueológicos os respectivos  nomes dos impérios que estão representados na estátua.
Observa a gravura abaixo que representa a estátua do sonho do rei Nabucodonosor- Dn 2.31-45

                       
Passemos a uma analise mais detalhada da revelação...
1)- A cabeça era o rei Nabucodonosor, que, por ser o rei, representava todo o império babilônico. Este era o império dominante que levara Judá cativo. Vs 37 e 38
2)- Após este império viria outro, representado pelo peito e braços de prata. Pela Bíblia e pela história, sabemos que se tratava do império persa. Este império não era tão suntuoso como o antecessor, e, na verdade, era formado por uma aliança entre a Media e a Pérsia. A aliança esta representada pelos dois braços da estátua. V.39
3)- Depois do império persa quem dominou o mundo foi a Grécia; sabemos do cumprimento da profecia através da história. O nome do império não esta no texto, cujo objetivo é apenas revelar a sucessão de impérios até o reino milenar. V.39. A característica marcante é o seu domínio sobre toda a Terra; de fato sabemos que a cultura grega teve uma grande abrangência, perdurando até mesmo no império Romano e deixando uma grande marca principalmente na sociedade ocidental.
4)- O 4º império tem como característica principal à força, tal qual sabemos pela história secular. O império romano era objetivo, sua ênfase estava na força, tanto que absorveu muito da cultura grega.  Sua objetividade levou a grandes obras e a sua organização política e administrativa contribuiu para a vinda de Jesus. As duas pernas representam a divisão do império romano em ocidente e oriente. Vs 40
5)- Os pés representam o 5º império. Este império emergiria após o romano, entretanto, este império advém daquele, pois possui ferro em sua estrutura. Repare que somente este império possui a continuação do antecessor.
Este império é de extrema importância, pois se refere ao império do Anticristo e nos remete ao fim dos tempos, quando a igreja já terá sido arrebatada.
Nos deteremos um pouco mais neste ultimo império...

  1. Será um reino dividido (a divisão está representada pelos artelhos conforme o texto. Dez dedos; cada dedo representa um reino e um rei, no caso, dez nações e dez governos). Este último império será formado por uma aliança entre estes governantes. V.41
  2. O império anterior não morreu totalmente, ele é preservado no novo. Lembremos que a força romana era a sua principal característica; a sua organização política e administrativa fortalecia o seu poder, logo, a organização política e administrativa será forte neste império. V.41

Entretanto, a divisão será a sua maior deficiência. V.41,42 Politicamente será forte, externamente será forte, porém, internamente possuirá deficiências.

  1. A união dos governos que compõe o império será feita através de acordos; alianças (o casamento simboliza um tratado, uma aliança). V.43
  2. Apesar da aliança, preservarão as suas identidades e características. V.43
  3. Na época em que este império estiver dominando, Deus levantará o seu próprio reino; eterno (jamais será destruído), cujo rei também reinará eternamente (o reino não passará a outro). Este reino acabará com todos os reinos humanos. V.44
  4. A pedra representa o rei que virá e destruirá este último império. Este rei não terá ajuda de homem ou reino algum; ele triunfará sozinho (a pedra foi cortada sem auxílio de mãos). V.45
  5. A pedra torna-se uma grande montanha e encheu a Terra; isto refere-se ao reino milenar de Jesus que abrangerá toda a Terra (V.35b).

Observação: Sobre a pedra, a Bíblia afirma que é Jesus Cristo! Ver: Mt 21.42-44; At 4.11; Rm 9.32,33; I Co 10.4; I Pe 2.4-8

Vemos no surgimento da União Européia um forte indício do surgimento do último império. Por quê?
1º- É uma potência que surge abrangendo as antigas fronteiras do império romano.
2º- É uma potência formada por aliança política. A Europa teve que se unir para fazer frente às economias emergentes no mundo.
3º- É uma potência que possui a fragilidade das diferenças étnicas, culturais, econômicas, sociais e nacionalistas existentes entre os diversos povos europeus.
4º- É uma potência que surge com uma característica marcante de unidade, dentro de um contexto mundial cuja cultura inglesa é amplamente assimilada principalmente no ocidente.
5º- É uma grande potência política e econômica.
6º- Os sinais que acontecem (na natureza, na Igreja e em Israel) juntamente com o surgimento da União Européia nos fazem refletir sobre a grande possibilidade do último império humano estar se formando.
Obviamente que muitas coisas ainda acontecerão em relação à União Européia; hoje já não existem fronteiras entre os seus países, não se fala mais apenas em mercado comum, mais a unidade ultrapassou o nível de comércio. Existe um tribunal europeu, uma moeda única e uma constituição para ser aprovada, sem contar com o projeto de um futuro sistema único de defesa.
Amados; quero encerrar esta aula com as seguintes pergunta:
Se toda a profecia contida no capítulo dois do livro de Daniel cumpriu-se com grande exatidão; se a história e a arqueologia provam a perfeição do texto; se até o 4º império tudo se cumpriu detalhadamente, será que apenas o final da profecia não se cumprirá?
Poderá a Palavra de Deus ser verdadeira apenas em parte?















































Semente da Vida
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Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 4
Assunto: Estudo do capítulo 3
Os
três jovens na fornalha de fogo
Nesta aula estaremos comentando mais um capítulo da primeira parte do livro de Daniel; trata-se de uma história de fé e extrema confiança em Deus, em meio a todas as circunstâncias adversas. A história tem como protagonistas os três amigos de Daniel, a saber:  Hananias (Sadraque), Misael (Mesaque)  e Azarias (Abede-Nego); estes três jovens nos dão um grande exemplo do que é ter uma fé verdadeira; pura e sem interesses. Além do exemplo prático; o capítulo 3 do livro de Daniel nos dá uma noção do que Daniel e seus amigos enfrentaram na Babilônia.
Não sabemos o motivo pelo qual Daniel não aparece no episódio narrado neste capítulo, entretanto; pelo seu exemplo de vida; sua determinação em não se contaminar; sua vida de oração e fidelidade a ponto de ter sido atirado na cova dos leões (ver capítulo 6), são motivos que não deixam qualquer dúvida de que Daniel não foi pego pelo decreto, provavelmente por não estar presente no momento, e, certamente, não por ter sido infiel a Deus.

I- Esboço do capítulo 3
Como nas aulas anteriores, uma síntese do capítulo 3 nos dará uma visão mais abrangente do mesmo e facilitará o nosso estudo.

Esboço do capítulo 3:
3.1-7- O rei constrói uma estátua de ouro e ordena que a adorem.
3.8-12- O rei é informado de que três jovens judeus se recusavam a adorar a imagem.
3.13-15- O rei chama aos três jovens; ordena que adorem a estátua e desafia a Deus.
3.16-18- Os jovens recusam-se perante o rei a adorar a estátua.
3.19-23- Os três rapazes são lançados na fornalha.
3.24-27- Deus livra os seus servos.
3. 28-29- O nome do Senhor é glorificado.
3.30- Sadraque; Mesaque e Abede-Nego são honrados.

II.- Analisando o capítulo 3

Dn 3.1-7- A estátua do rei
Provavelmente a imagem que o rei mandou erguer fosse uma estátua dele próprio, isto significava uma espécie de culto ao rei; uma divinização do governante. Os povos antigos possuíam este costume, logo, adorar a estátua significava, além da idolatria, a adoração ao rei. Judá havia “sentido na pele” recentemente o resultado desastroso da idolatria.
Um côvado em Israel media cerca de 44,4 cm; na época de Ezequiel, media 51,8 cm, porém o côvado babilônico media aproximadamente 49 cm, o que daria à estátua uma altura próxima dos 29 metros (um edifício de mais de nove andares).
O fato de o rei ter erguido a estátua é mais uma prova de que ele não se converteu, a sua declaração em Dn 2.47 não passava apenas de um reconhecimento inegável do poder de Deus; Nabucodonosor teve que admitir o poder de Deus!(1)
Uma curiosidade: O número seis simboliza o número do homem.
Todos deveriam adorar a imagem.
Os Sátrapas eram altos funcionários, representantes do rei; cabeças do governo provincial. Os prefeitos aqui neste texto, eram, provavelmente, comandantes. Os governadores eram senhores de distritos; quanto a conselheiros, o sentido é o mesmo da palavra, ou seja, conselheiros do povo. Tesoureiros eram administradores públicos, os juízes administravam as leis enquanto os magistrados executavam as leis.  Por fim, de um modo geral, o rei diz: “todos os oficiais”; afim de não esquecer nenhum, apanhando a todos de uma forma mais abrangente. (2)
Todos compareceram à convocação. Quando os instrumentos musicais fossem tocados, todos deveriam se ajoelhar diante da estátua e adorá-la sob pena de serem arremessados na fornalha de fogo ardente em caso de desobediência. (3-7)

Dn 3. 8-12- Hananias, Misael e Azarias se recusam a adorar a imagem
Interessante notar que rapidamente a notícia de que os três jovens recusaram adorar a imagem chega ao rei. Vale também ressaltar o fato da lisonja dos caldeus quando se apresentam ao rei, bem como a inveja em relação à posição que os três ocupavam.
O que impulsionou os caldeus a entregarem os três amigos de Daniel foi à inveja. Podemos notar claramente quando os caldeus dizem, em outras palavras: “os jovens nos quais você confiou e os colocou sobre os seus negócios na província da Babilônia, te traíram e não te obedecem; eles estão fazendo pouco caso de ti e dos teus deuses”. 8-12

Dn 3. 13-15- O rei chama aos três jovens; ordena que adorem a estátua e desafia a Deus.
Obviamente que ao saber da atitude dos jovens o rei ficou extremamente irado, e, então, manda chamar os três jovens à sua presença. (13). Os jovens são trazidos e o rei ordena que adorem a sua imagem diante dele, sob pena de serem jogados na fornalha de fogo ardente (14,15); entretanto, o rei comete a grande besteira de desafiar ao Senhor, duvidando do seu poder (15c).
Parece que Nabucodonosor esqueceu-se até mesmo do porquê de ter colocado os três jovens na posição a qual ocupavam; isto prova mais uma vez que este rei não havia se arrependido dos seus pecados.

O orgulho mergulha os homens em uma profunda cegueira

  

Dn 3.16-18- Os jovens recusam-se perante o rei a adorar a estátua.
Amados, temos nestes versículos uma grande lição para as nossas vidas.
A resposta dos três jovens foi um grande exemplo de fé.
Primeiramente eles disseram que não precisavam falar sobre o fato de Deus ter poder ou não para os livrar, pois esta era uma questão muito óbvia; eles não precisavam atender aos caprichos de um rei em crise de histeria e nem tão pouco necessitavam provar a ninguém se Deus era ou não poderoso, muito menos ao rei, haja vista ele já saber muito bem disso. 16
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego afirmam que se Deus quisesse poderia livrá-los, mas, caso Deus não quisesse livrá-los, mesmo assim não adorariam a imagem. O que está em questão não é o poder de Deus e sim a sua vontade!
A fidelidade dos três jovens não estava condicionada ao livramento de Deus, eles amavam a Deus incondicionalmente! 17,18

Infelizmente, muitos que se dizem cristãos possuem um “amor” muito superficial, servem a um “deus” de barganhas, o “deus” do “troca-troca”; tipo: “Se o Senhor me abençoar eu dou o dízimo” ou “Darei o dízimo e então o Senhor será obrigado a me ajudar”; “Se Deus me abençoar eu irei à igreja todos os dias”; “Se Deus me livrar dessa, serei fiel para sempre” etc...
Que fé é esta condicionada a algo?
A verdadeira fé está acima dos limites da razão, acima do ter ou não ter; ela é independente do que Deus possa fazer por nós nesta vida, pois ele já nos deu o mais precioso: A Salvação!
Nossa fé deve ser conforme o exemplo destes três jovens. Veja Hb 11

  

Dn 3.19-23- Os três rapazes são lançados na fornalha.
O rei movido então pelo ódio, ordena que a fornalha seja aquecida sete vezes mais (19) e os jovens são lançados na fornalha (20-23).

As provas do verdadeiro cristão sempre serão mais intensas, porém Deus estará sempre com ele na luta! Mt 28.20(b)

   

Dn 3.24-27- Deus livra os seus servos.
Os jovens são lançados na fornalha; Deus não os livrou DA fornalha (V.20-23), mas os livrou NA fornalha! (V.24).
O rei percebe que havia um quarto homem junto com eles no meio do fogo. O fato deles estarem andando, mostra que o fogo não possuia poder algum sobre os  jovens.
Nabucodonosor afirma que o quarto homem era semelhante a um filho dos “deuses”, ou seja, os povos da antiga Babilônia criam na possibilidade da manifestação de seres espirituais; obviamente que o rei usou uma linguagem baseada em suas convicções pagãs, no entanto, o rei não viu um anjo, mas sim, Nabucodonosor viu o próprio Senhor Jesus! Este é um dos casos de teofania do antigo testamento, ou seja, manifestação visível de Deus através da pré-encarnação de Jesus (25).
O rei ordena que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíssem do fogo e constata que nem mesmo cheirando a fumaça eles estavam (26,27).

Dn 3. 28-29- O nome do Senhor é glorificado.
Mais uma vez o rei é obrigado a admitir que o Senhor é poderoso!

A nossa fidelidade a Deus é mais percebida diante do mundo nos momentos de dificuldade e dor, do que nos momentos de bonança.

 

Podemos notar que o rei percebeu a fidelidade incondicional dos três jovens, pois ele afirma que eles preferiram entregar o próprio corpo, a servirem e adorarem a imagem (28,29).  

Desta vez o rei redige um decreto um tanto interessante para um governante pagão, mais o importante nisto é notar que, agora oficialmente através de documento, o rei estava admitindo que não havia outro “deus” que pudesse livrar como o Senhor. Este documento somente reforça a dureza do coração do rei, como veremos no capítulo 4.

Dn 3.30- Sadraque; Mesaque e Abede-Nego são honrados.
Deus sempre honrará a nossa fé!

III- Lições importantes:
Dentre as muitas lições desta aula, podemos citar:

1ª- Em termos de história; vimos  que a vida de Daniel e de seus amigos não foi tão fácil na Babilônia até que chegassem na posição que receberam de Deus.

2ª-Aprendemos que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego também necessitavam ter uma experiência particular com o Senhor, o que mostrou que a fé que possuíam era viva. Não podemos viver eternamente contando o testemunho de terceiros, precisamos contar as nossas experiências também!

3ª- Devemos ser fiéis ao Senhor independente das circunstancias.

4ª- Nem sempre Deus nos livrará da luta, mas sempre nos livrará na luta e sempre estará conosco na luta.

5ª- Nas lutas provamos mais a nossa fé diante do mundo.

6ª- Deus sempre honrará a nossa fé.

Na próxima aula estaremos comentando o capítulo 4 do livro de Daniel e veremos o quanto o rei da Babilônia ainda necessitava ser quebrantado por Deus, mesmo já tendo admitido por duas vezes que Deus era poderoso.























Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 5
Assunto: Estudo do capítulo 4
A loucura do rei

Nesta aula estaremos meditando no capítulo 4 do livro de Daniel.
O rei Nabucodonosor mostrava possuir um coração orgulhoso e duro; apesar de, obrigatoriamente, ter que admitir o poder de Deus por duas vezes (2.47; 3.28,29).
Sabemos que foi na época deste rei que Jerusalém e o templo foram destruídos e os judeus foram levados cativos para a Babilônia, entretanto, Deus estava no controle de todas as coisas e o cativeiro era necessário para a correção da nação de Israel, mas isto não significava, em hipótese alguma, que o Senhor havia abandonado o seu povo, ou que um rei ímpio pagão pudesse humilhar a nação escolhida, sem que isto fosse permissão de Deus e com um propósito determinado.
A queda de Jerusalém era prevista, bem como a sua posterior restauração, porém o controle do Senhor deveria ser enfatizado.
Podemos perceber a soberania de Deus quanto à queda de Jerusalém, bem como quanto a sua futura restauração, em vários textos, como, por exemplo, Jeremias 29.10,11. Do mesmo modo, notamos o controle de Deus sobre a situação, e, especificamente sobre o rei Nabucodonosor, nos escritos dos profetas, dentre os quais podemos citar Habacuque (em seu livro relata o castigo de Jerusalém pelos caudeus em Hc 1.6 e a posterior queda dos caldeus em Hc  2.4-20) e Jeremias (25.8-14).
Posteriormente o rei Ciro, seria também um instrumento de Deus, desta feita para libertar os judeus do cativeiro (Is 44. 24-28), isto deixa claro a soberania de Deus.
A Babilônia cairia, mas antes da queda, Nabucodonosor precisava ser quebrantado, embora isso não significasse que houvesse uma conversão da sua parte.
Apesar de todos os sinais, parece que Nabucodonosr insistia em achar que as suas conquistas vinham dele próprio, o seu coração continuava orgulhoso, a sua soberba era notória; o rei precisava ser humilhado e o seu coração necessitava ser quebrado...
Estes dados são importantes para prosseguirmos com a nossa aula.

I- Esboço do capítulo 4:
1-3- O rei Nabucodonosor decide tornar conhecida a experiência que teve.
1- A experiência seria divulgada
2,3- O relato visava tornar conhecido o poder  de Deus
4-18- O sonho do rei
4,5- Um sonho
6-9- O rei desejava saber a interpretação do sonho
10-18- O relato do sonho
19-27- A interpretação do sonho dada por Deus através de Daniel
28-37- O cumprimento da revelação
28-33 –O castigo
34-37- O restabelecimento do rei e a glorificação do Senhor

II.- Analisando o capítulo 4

Dn 4.1-3- O rei decide divulgar a experiência que teve
O início do capítulo em forma de narrativa, nos mostra que o rei da Babilônia (Nabucodonosor) se dirige a todas as nações (1) com o objetivo de tornar conhecido o poder de Deus (2,3). Vamos perceber no decorrer da leitura, que o motivo da narrativa foi uma experiência que ele teve com Deus.

Dn 4. 4-18- O sonho do rei

4,5- O rei teve um sonho
O rei passa então a relatar a sua experiência; ele afirma ter tido um sonho. Este sonho o deixou inquieto e ele percebeu não se tratar de um sonho comum.

Existem três procedências dos sonhos, a saber:
Carne, Deus e Diabo. Na maior parte das vezes, os sonhos são produtos da carne, ou seja, são do próprio homem; fruto das preocupações, episódios que marcaram a nossa vida, vivência diária, coisas que nós damos grande importância, etc...; logo, a maioria dos sonhos não possui significado espiritual, no máximo revelam a nossa situação e / ou às vezes nos mostram aquilo que damos ênfase em nossa vida. Quando o sonho é espiritual, o Espírito Santo nos mostrará e dará o significado a nós mesmos ou a alguém que o possa discernir.
Infelizmente, existem irmãos que querem que os outros interpretem todos os seus “sonhos de barriga cheia”; existem também aqueles que gostam de dar interpretações a todos os sonhos que lhes contam.

  

6-9- O rei desejava saber a interpretação do sonho
O sonho o deixou tão preocupado que ele mandou que trouxessem a sua presença todos os que, supostamente, poderiam interpretar o sonho, entretanto, mais uma vez não puderam interpretar, visto que eram enganadores. Por último Daniel é trazido a presença do rei. Talvez o fato de ser o chefe dos sábios tenha sido um dos motivos de ter sido trazido por último, mas o motivo mais provável era que, apesar de não entender a visão, sabia que ela vinha da parte do Deus de Daniel, logo, evitou ter que chamá-lo a fim de não se humilhar.
Repare que Nabucodonosor  não era convertido apesar de todos os sinais; ele afirma possuir outro “deus” diferente do Deus de Daniel, pois diz: “Beltessazar, segundo o nome do meu deus”  no versículo 8. O nome de Daniel e dos seus três amigos foram trocados numa tentativa inútil de fazer com que eles esquecessem do Senhor. Os seus respectivos nomes verdadeiros, os relacionavam com o Senhor. Veja a tabela a seguir:

NOME
SIGNIFICADO
NOME CALDEU
SIGNIFICADO
Daniel
Deus é meu juiz!
Beltessazar
Bel protege a sua vida
Hananias
O Senhor tem sido gracioso
Sadraque
Amigo do rei
Misael
Quem é como Deus?
Mesaque
Quem é Aku, o deus lua?
Azarias
O Senhor tem ajudado
Abede-Nego
Servo de Nebo

O rei reconhecia que havia algo diferente em Daniel, bem como a capacidade sobrenatural que ele possuía para interpretar sonhos e visões, por isso pede para que interpretasse o sonho que passaria a relatar (9).

10-18- O relato do sonho
O rei passa a contar o seu sonho a Daniel. Não é necessário tentar interpretar o texto, pois nos versículos de 19 a 27 será dada a mesma, mas, baseado no próprio texto e na posterior interpretação, aqui vão algumas observações...
10-A árvore no meio da Terra  mostra a posição do próprio rei, e, conseqüentemente, da Babilônia em relação às nações. Sabemos disto devido à própria interpretação que será dada nos versículos de 19 a 27, onde a árvore é o rei Nabucodonosor, que por ser o rei, representava o império.
11-A expansão do reino e a sua fama.
12-Os povos tornaram-se dependentes de Nabucodonosor e se acostumaram com a situação
13-“Um vigilante, um santo, que descia do céu”- O rei reconheceu neste personagem que: a)-era um mensageiro; b)-vinha do céu; c)-trazia uma sentença (14-16); d) A mensagem referia-se ao Altíssimo; Deus de Daniel (17).

16- A expressão “sete tempos” aqui neste versículo não traz um período determinado, mas significa o tempo necessário para que o objetivo do que estava para acontecer fosse concretizado.
17- Neste versículo é dito que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos e torna rei quem ele quer, seja este o mais humilde dos homens.

Meus amados; devemos reconhecer a soberania de Deus sobre a nossa vida; dependemos completamente dele e em vão nos esforçaremos para galgar uma posição caso esta não seja à vontade do Senhor para a nossa vida. Devemos fazer a nossa parte; o que estiver ao nosso alcance, mas procurar sempre “enxergar” a vontade de Deus para a nossa vida.
Muitas pessoas no mundo acham que estão na posição que ocupam por seus próprios méritos, mas sabemos que todas as coisas são pela soberania e propósito de Deus.

  

 18-Levar em conta que o rei está usando uma linguagem própria do paganismo.

19-27- A interpretação do sonho é dada por Deus através de Daniel
O fato de Daniel ficar atônito se deve ao teor da interpretação que seria dada ao rei (19). Deus executaria juízo sobre o rei!
20-22- A árvore era o rei.
23-24- O restante do sonho trazia um decreto de Deus contra o rei.
25-26- Estes versículos nos mostram o que sucederia com o rei conforme o decreto de Deus.
27- Daniel aconselha o rei a acabar; parar imediatamente (por termo) com as suas maldades e ter atitudes justas, pois assim, talvez tivesse um maior período de tranqüilidade. O versículo não ensina, em hipótese alguma, a salvação por obras, pois isto contraria o ensino de toda Escritura, mas ensina que a mudança de coração se manifesta na mudança de atitudes. O rei não seria salvo por suas obras, era justamente este o seu problema, mas teria um tempo maior para que se arrependesse da sua soberba e orgulho em relação ao Senhor.
Repare, entretanto, que Daniel não diz que o decreto seria anulado, pois Deus já havia revelado o que aconteceria por conhecer o mais íntimo do rei; o seu problema não era apenas a injustiça, mas também a sua soberba e orgulho em relação a Deus. Nabucodonosor admitiu anteriormente a soberania de Deus, entretanto, de “boca para fora” e não com o coração. O rei precisava ser tratado!

Aprendemos aqui que o Senhor sempre dará oportunidade para que o homem se arrependa, entretanto, jamais será surpreendido, pois conhece o coração do homem e sabe todas as coisas antes que venham a acontecer.

Quantos declaram amar a Deus, mas apenas com os lábios, pois a sua confissão não procede do coração. Será que os nossos lábios expressam o sentimento do nosso coração?
Muitas letras de hinos retratam a Verdade, embora os seus autores não vivam a Verdade.

  

 28-37- O cumprimento da revelação
28- Tudo se cumpriu, pois Deus não é homem para que minta e a sua Palavra jamais voltará vazia!
29-30- O cumprimento da revelação veio um ano depois da interpretação dada por Daniel. Notamos a soberba e orgulho do rei em achar que toda riqueza do seu reino, bem como as suas conquistas, vinham de si mesmo e eram para a sua própria glória.

Precisamos vigiar quanto a isto! Tudo o que temos e somos vem do Senhor, é por meio dele e para glória dele!

  

31- 33- O castigo foi imediato!
Obs: Nabucodonosor foi acometido de um tipo de distúrbio mental (ficou louco), seu estado ficou lastimável e irreconhecível!
34,35 No final do tempo determinado por Deus; a sua razão foi recuperada e ele glorificou ao Senhor.
36- Nabucodonosor recebeu de volta o seu governo.
37- O rei reconhece a soberania de Deus e também admite que foi humilhado, entretanto, não devemos esquecer que isto não significa conversão!
Desta vez o rei, através de um documento (talvez um decreto, ou ainda uma carta), torna a sua experiência conhecida dentre todas as nações (ver o início deste capítulo).

Findamos aqui a quarta história desta primeira parte do livro.







Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 6
Assunto: Estudo do capítulo 5
A escrita na parede
Este capítulo nos traz mais uma história que ocorre durante o período do império babilônico, entretanto, desta vez,  o rei em foco não é Nabucodonor, mais sim Beslsazar (não confundir com Beltessazar, que foi o nome dado a Daniel pelo rei Nabucodonosor).
Daniel já estava com aproximadamente 87 anos, mas mantinha a sua fidelidade a Deus tal como em sua mocidade.
É importante observarmos um detalhe importante antes de iniciarmos a exposição: No capítulo 5, Nabucodonosor já havia morrido, tendo sido sucedido por seu filho Evil-Merodaque e depois, em ordem, pelos respectivos descendentes: Nergal-Charezer, Labasi-Marduque. O rei que sucedeu a este último foi Nabonido, porém não possuía parentesco de sangue com Nabucodonor, mas se casou com a sua descendente (que era a rainha-mãe). Belsazar era filho mais velho do rei e foi nomeado por ele co-regente. Nabucodonosor é chamado de seu pai, no sentido de ser o seu ascendente.
Repare no gráfico abaixo a linha de descendentes diretos do rei Nabucodonosor...

 

I- Esboço do capítulo 5:

1-4- O banquete do rei

5-9- A escrita na parede

10-12- A intervenção da rainha-mãe

13-16- Daniel é levado à presença do rei

17-28- A interpretação da escrita

29- Daniel é honrado

30,31- O cumprimento da visão

II- Análise do capítulo 5:

Dn 5. 1-4- O banquete do rei Belsazar
A atitude do rei em utilizar os utensílios do templo em sua festa devassa e idólatra, mostrava o caráter deste jovem rei. Belsazar estava afrontado ao Senhor e profanou aquilo que pertencia a Deus publicamente (profanar- usar para outro fim, aquilo que para Deus foi santificado).
O castigo viria imediatamente...

Dn 5. 5-9- A escrita na parede
5-No mesmo instante... Esta frase revela a indignação por parte do Senhor!
6-A visão devia ser tão terrível, a ponto do rei ficar aterrorizado. Literalmente ele tremeu de medo! O rei quase desmaiou!
7- Como era costume, assim como fez Nabucodonosor, o rei Belsazar manda chamar os sábios para tentarem decifrar a escrita. Quem falasse o significado seria presenteado com riquezas e passaria a  ser o terceiro no reino.
O fato de oferecer a terceira posição, prova que Belsazar era o segundo, pois seu pai, Nabonido, era o primeiro.
Púrpura era a cor real.
8,9-Mais uma vez os sábios não conseguiram interpretar, isto deixou o rei ainda mais apreensivo.

Uma das lições mais importantes que podemos tirar deste capitulo para a nossa vida é a de que o Senhor tem zelo por nós!

Amados:
a)- Deus se indignou porque Belsazar profanou os utensílios do templo. A sentença e o castigo do rei foram imediatos!
b)- Jesus expulsou do templo aqueles que faziam comércio em sua casa! Mt 21.12,13
Poderia citar muitos outros exemplos, mas...
Se o Senhor se importou com estas coisas que eram apenas figuras daquelas que haviam de vir, quanto mais ele se importará...
1º- Com o nosso corpo no qual habita o seu Espírito. I Co 6.19,20
2º- Com a igreja da qual fazemos parte; onde ele se faz presente.
I Co 3.16,17

  

Dn 5.10-12- A intervenção da rainha-mãe
A rainha-mãe (esposa de Nabonido e mãe de Belsazar), sabia da história de Daniel e lembrou-se dele.  Ciente do fato da escrita na parede, a rainha-mãe informa ao rei sobre Daniel e conta a respeito dos dons sobrenaturais que possuía.
O rei Belsazar também é informado sobre o que ocorreu com Daniel na época de Nabucodonosor e como ele foi instituído chefe de todos os sábios da Babilônia.
Após contar tudo ao rei, a rainha-mãe aconselha a este que chamasse Daniel, e, certamente, ele daria a interpretação.

Dn 5.13-16- Daniel é levado à presença do rei
Estes versículos mostram Daniel sendo levado até a presença do rei para interpretar a escritura da parede.
Daniel agora era um homem velho, mas continuava sendo um homem de Deus!

Bom é conservarmos a fidelidade ao Senhor até o fim de nossas vidas!

  

Deus conservou os dons na vida de Daniel até a sua morte!

Dn 5.17-28- A interpretação da escrita
17- Vemos Daniel com a mesma coragem e ousadia de quando era apenas um adolescente.
Com coragem e ousadia, ele recusa os presentes do rei diante da face do mesmo! Ele daria a interpretação independente do que o rei podia lhe oferecer!

Outras lições importantes ...

1º- Devemos fazer a vontade de Deus e realizar o que ele coloca em nossas mãos sem estarmos interessados em recompensas. O mais importante o Senhor já nos deu!
2º- Devemos recusar aquilo que o mundo nos oferece!
3º- Não podemos aceitar qualquer tipo de “pagamento” por aquilo que não vem de nós, mas sim de Deus!
4º- A nossa coragem deve atravessar o tempo, pelo poder do Espírito Santo!    Is 40.28-31

18-21- Antes de Daniel começar a dar a interpretação da escritura, ele  primeiramente lembra ao rei Belsazar a história do que aconteceu com o seu antepassado, o rei  Nabucodonosor, e como este rei foi humilhado por causa do seu orgulho. O episódio ao qual se refere Daniel, é o da loucura temporária de Nabucodonosor (capítulo 4).
22- O pecado de Belsazar foi pior ainda, pois, de alguma forma, tinha conhecimento da história, entretanto, ao invés de agir corretamente, não apenas repetiu o mesmo erro, como fez coisas piores. O seu orgulho foi mais além!
23- Belsazar, além da soberba e orgulho, profanou os utensílios que Nabucodonosor havia tirado do templo e guardara dentre os seus tesouros.

Ao invés de imitarmos os erros de nossos pais, devemos evitá-los! Dos pais devemos copiar apenas os bons exemplos!
Por isso que o pecado do pai quando é visto no filho, torna a culpa do filho maior ainda, pois viu o erro e as conseqüências do que o seu pai fez, mais desejou permanecer no erro!

  

24- A mão vinha da parte de Deus!
25-28- O significado da escritura:
Mene significa enumerado
Tequel significa 1 siclo; medida de peso
Parsim é a forma plural de Peres
Peres significa dividido
A interpretação está no próprio texto; resumindo, Deus deu um fim ao reinado de Belsazar e também ao império babilônico! O domínio passaria ao império medo-persa.
Obs: Não há contradição entre os versículos 25 e 28, pois parsim e Peres significam a mesma coisa, somente um está no plural e outro no singular.

Dn 5.29- Daniel é honrado
Podemos ver o quanto às riquezas e honras desta vida são inúteis, pois nem daria tempo de Daniel desfrutar de ser o terceiro no reino. Ainda bem que ele jamais buscou estas coisas fúteis!

Dn 5.30,31- O cumprimento da visão
O castigo implacável veio rapidamente! O que estava escrito se cumpriu!
O pecado cega o homem; enquanto Belsazar comia e bebia, o inimigo estava mais perto do que ele pensava!
Vale notar ainda que o rei Dario era velho, enquanto Belsazar era novo; isto nos mostra e realça mais ainda que é o Senhor quem abate ou levanta ao homem!

Quantas coisas importantes temos aprendido com a história de Daniel!
Na próxima aula estaremos meditando no último capítulo desta parte do livro.



























Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 7
Assunto: Estudo do capítulo 6
Daniel na cova dos leões
Chegamos ao final da primeira parte do livro de Daniel e em cada história Deus trouxe lições importantíssimas para as nossas vidas. Na aula de hoje, estaremos estudando o último episódio desta parte; trata-se de uma história muito conhecida por todos nós, quando Daniel é lançado na cova dos leões e Deus o livra maravilhosamente.
Muitos críticos têm combatido este capítulo alegando a sua inexistência como fato histórico devido a não se conhecer na história rei algum com o nome de Dario; outras objeções estão nos fatos da conquista da Babilônia por Ciro e também por Dario ser medo, enquanto que a Pérsia sucedeu a Babilônia como império. Em resposta a estas críticas, temos:
1º- O versículo 31 do capítulo 5 que está ligado ao capítulo 6.1, não afirma que Dario tenha conquistado a Babilônia sozinho, nem tão pouco diz que ele matou a Belsazar. Quem matou o rei da Babilônia não está relatado no texto, nem quem conquistou a Babilônia, mas o texto afirma apenas que Dario se tornou rei do império cujo governo era de Belsazar (e do seu pai, obviamente).
2º- Não podemos esquecer que a própria história afirma haver uma aliança entre a Média e a Pérsia; provavelmente havia dois reis ao mesmo tempo.
3º- A Pérsia é mencionada como império dominante, porque logo sobressaiu em relação à Média, haja vista ser o reino de maior expressão e força. O próprio livro de Daniel mostra isto nos próximos capítulos; estando completamente de acordo com o fato histórico.
4º- A ênfase está sobre Dario porque a história que aconteceu com Daniel, a qual vai ser relatada neste capítulo, refere-se a este rei, entretanto, sabemos da existência de Ciro. Conforme 1.21 ,Daniel permaneceria na Babilônia até o primeiro ano do reinado de Ciro. Ciro foi o rei mais conhecido do império Medo-persa.
5º- A exatidão da história e existência comprovada dos locais, datas, personagens e costumes citados durante todo o livro de Daniel, dão ao mesmo, credibilidade perante até mesmo a história secular. Se todo o livro é exato minuciosamente, não seria apenas o nome de Dario que fugiria a regra. Devemos considerar também o fato de haver pouca informação em relação a este intervalo de tempo.
Haja vista os argumentos acima, concluímos que a historicidade do capítulo é verdadeira e que houve sim, um rei do império medo-persa que se chamava Dario e era contemporâneo do rei Ciro, sendo que Dario era natural da Média e Ciro da Pérsia. Estas informações estão sendo passadas a título de conhecimento aos irmãos para que possam combater os possíveis questionamentos por parte de incrédulos.
Vamos dar início ao nosso estudo, trazendo um esboço do capítulo a ser estudado...

I- Esboço do capítulo 6:

1-3-Daniel é nomeado presidente dos sátrapas e se distingue dentre eles.
4-8- Os presidentes e alguns sátrapas resolvem, por inveja, planejar o mal contra Daniel .
9- O rei dá ouvidos aos sátrapas e assina um decreto proibindo petições por trinta dias a qualquer deus ou homem.
10-13 Daniel não obedece ao decreto e os sátrapas exigem o cumprimento da pena.
14- O rei procura uma “brecha” no decreto, entretanto, sem sucesso.
15-20- Daniel é lançado na cova dos leões.
21-24- Deus livra a Daniel, mas os invejosos são lançados na cova dos leões e são despedaçados.
25-27- Deus é glorificado e o seu poder se fez notório.
28- Daniel permaneceu na sua posição durante o reinado dos reis da Média e da Pérsia.

II- Análise do capítulo 6:
Passaremos a analisar o capítulo...

Dn 6.1-3- -Daniel é nomeado presidente dos sátrapas e se distingue dentre eles.
1-3- O rei aqui em questão é Dario (o império Medo-persa já havia assumido o controle). O capítulo é uma continuação de 5.31.
Os sátrapas eram funcionários (oficiais) de alta patente. Sátrapas significa: “protetores do rei”, provavelmente o nome Sadraque (“amigo do rei”; “protegido do rei”) tenha origem nesta palavra.
Dario nomeou 120 protetores e colocou três presidentes sobre eles, dos quais Daniel também era um. Os protetores seriam distribuídos por todo o reino e prestariam contas diretamente aos três presidentes que, por sua vez, dariam contas ao rei.
Daniel obteve uma posição de destaque dentre os presidentes porque Deus estava com ele. O rei sabia que havia algo de diferente em Daniel e tinha a intenção  de colocá-lo sobre os outros dois presidentes, o que daria a Daniel uma posição sobre a administração de todo o reino.

Meus irmãos; é importante que o mundo veja “algo” diferente em sua vida! A igreja deve ser sal e luz nesta Terra.
O sal dá sabor e conserva; a luz é para mostra e iluminar o caminho. Se a Igreja não estivesse aqui, o mundo apodreceria completamente!
Além disso, a Igreja está aqui para mostrar o caminho da Verdade aos homens.
O que acontece se, como igreja do Senhor, não formos sal nem luz? O mundo precisa sentir o sabor e ver a luz em nossas vidas!
Como aconteceu com Daniel; onde estivermos precisamos fazer a diferença!

  

Dn 6.4-8- Os presidentes e alguns sátrapas resolvem, por inveja, planejar o mal contra Daniel .
Sabemos que os reis da Pérsia eram mais complacentes do que os reis da Babilônia, isto, de forma alguma, significa que eram convertidos ou bons, mas simplesmente que eram mais dispostos a ouvir.
Dario tinha simpatia por Daniel, devido a sua fidelidade, competência e, acima de tudo, por haver “algo a mais” na vida dele; Deus estava com Daniel e isto era notório.
4,5- Os demais presidentes e sátrapas invejavam a Daniel por causa da sua vida íntegra e do seu prestígio diante do rei, por isso queriam acabar com a sua imagem e buscavam um motivo para acusá-lo de infidelidade ao rei, porém não obtiveram sucesso porque Daniel ser exemplar! Sabendo da sua fidelidade incondicional ao seu Deus, procuraram nisto achar ocasião, e, então, planejaram uma cilada sem o conhecimento de Daniel e do próprio rei.
Podemos tirar algumas lições práticas destes versículos...

1ª- Alguém não está contente com a tua fidelidade a Deus, nem tão pouco com o seu testemunho. O Diabo fará de tudo para tentar denegrir a sua imagem!
2ª- Quando fazemos o certo, geramos ciúmes e inveja naqueles que praticam o erro!
3ª-Se permanecermos fiéis a Deus, o inimigo não terá como encontrar “brechas” em nossas vidas.
4ª- Se tiverem que nos perseguir, que não seja por sermos negligentes, rebeldes e incompetentes. Existem crentes que passam luta por causa dos próprios problemas que geraram com a sua infidelidade a Palavra do Senhor!
5ª­-Se tiverem que nos perseguir, que seja então por causa da nossa fidelidade incondicional a Deus! Leiam: I Pe 2. 11-25

 

Já pensou se Daniel desse motivo para ser acusado? A única suposta “acusação” que poderia pesar sobre ele era a sua fidelidade a Deus!
Que maravilha! Que bênção! Ser acusado por ser fiel a Deus!
6- Os presidentes e os sátrapas, após maquinarem o mal, vão até o rei com lisonja e um plano para derrubar Daniel. O rei não tinha conhecimento do plano.
7,8- Eles mentem ao rei dizendo “todos”, quando, na verdade, Daniel não sabia de nada!
O plano foi feito com o objetivo de tocar na fidelidade que Daniel tinha ao rei, tentando, para isto, impedir a sua fidelidade a Deus. Daniel era fiel ao rei porque era fiel a Deus, no entanto, dentro do princípio de autoridade e submissão ensinado pelas escrituras, Deus sempre estará acima de toda e qualquer autoridade. Os sátrapas sabiam que Daniel era primeiramente mais fiel aos mandamentos do seu Deus, logo, precisavam induzir o rei a editar um mandamento contrário a fidelidade de Daniel ao Senhor. Em suma, eles queriam que Daniel entrasse em “choque” com a autoridade e ordem do rei por amor ao seu Deus.
O decreto dizia que durante trinta dias todas as petições fossem dirigidas somente ao rei, e não a outro “deus” ou homem, sob pena do infrator ser lançado na cova dos leões. Obviamente esperavam que Daniel não obedecesse porque era do seu costume orar constantemente ao Senhor; isto seria contrário a sua fidelidade a Deus.
O rei sofre uma certa pressão para que atendesse ao pedido. Uma vez assinado o decreto, não poderia ser mudado.

Dn 6.9- O rei dá ouvidos aos sátrapas e assina um decreto proibindo petições por trinta dias a qualquer deus ou homem.
O rei não percebe o intento dos seus supostos “protetores”.
Os monarcas eram considerados também como divindades e, embora Dario gostasse e respeitasse a Daniel, conforme perceberemos no decorrer do capítulo, e tivesse noção do poder do Deus que ele servia; como pagão que era, de imediato não percebeu maldade no decreto, nem mesmo no pedido dos oficiais, por isso sancionou o mesmo.

Dn 6.10-13 Daniel não obedece ao decreto e os sátrapas exigem o cumprimento da pena.
Daniel não se intimida com a ordem do rei, continua em comunhão com Deus e na sua prática de oração diária, não obedecendo à ordem do rei, pelo contrário, faz questão de que todos soubessem da sua fidelidade. Ele não era um servo “007-agente secreto”, como muitos crentes por aí, mas ele, de janelas abertas, mostrou a quem devia obediência em primeiro lugar e quem era verdadeiramente autoridade máxima sobre a sua vida! v.10
Daniel a despeito da sua idade avançada, continuava com o mesmo ímpeto de sempre!
Quem é a autoridade máxima sobre a sua vida?

Aprendemos que:

O cristão deve ser obediente às autoridades constituídas e a todas as leis do seu país, desde que esta autoridade não se oponha contra a autoridade de Deus ou estas leis não sejam contrárias a Palavra do Senhor!
Leia Rm 13.1-7
Dentro do princípio de autoridade e submissão, não podemos esquecer que a autoridade máxima sempre será o Senhor e a lei máxima a Palavra de Deus!
At 4.18-20;  I Co 11.3 .

 

Será que, da mesma forma que Daniel, temos coragem de manter a nossa fidelidade a Deus, mesmo quando as leis dos homens exigem que sejamos desobedientes a Palavra de Deus?

11,12- Como era de se esperar, Daniel é visto orando e, logicamente, infringindo o decreto do rei. A pressa em entregá-lo ao rei mostra o caráter e a intenção  daqueles que planejaram o mal contra Daniel.
13- Daniel e delatado como rebelde pelos seus inimigos.

Dn 6.14- O rei procura uma “brecha” no decreto, entretanto, sem sucesso.
Podemos notar algumas coisas importantes neste capítulo:
1º-Dario gostava de Daniel.
2º-O rei sentiu-se culpado pelo que havia de acontecer com Daniel.
3º-O rei percebe que os sátrapas agiram com astúcia, e, na verdade, lhe deram um “xeque-mate”, (uma “sinuca”), pois queriam pegar a Daniel.
- O rei buscou uma forma de livrar Daniel, mas o decreto não deixava nenhum precedente para isto, além de não poder ser revogado!

Muitas situações que passamos em nossas vidas, a princípio parecem não ter solução, mas Deus sempre entrará com a providência!

Dn 6. 15-20- Daniel é lançado na cova dos leões.
15- Podemos perceber uma certa “pressão” dos sátrapas sobre o rei para que este aplicasse a pena em Daniel.
16- O rei não teve outra saída a não ser aplicar a lei, entretanto, vemos que ele tinha esperança no livramento divino para Daniel. Dario expressa o desejo de que Deus livrasse Daniel quando diz: “que ele te livre”. O tom desta frase não é maldoso, mas podemos ver na seqüência do capítulo que o rei esperava realmente na possibilidade de um livramento sobrenatural, embora esta esperança não fosse como a daquele que confia em Deus, pois nós esperamos o que certamente acontecerá, o ímpio espera no que talvez possa acontecer! A diferença está na fé!
17- A cova foi lacrada para que não houvesse possibilidade de fuga.
18,19- Vemos no versículo 18, através da atitude do rei, a confirmação do que ele sentia por Daniel. No versículo seguinte notamos que realmente ainda havia uma certa esperança por parte de Dario de que Deus pudesse ter livrado Daniel. O rei estava ansioso para ir à cova ver o desfecho da situação.
A consideração de Dario por Daniel não poderia ser diferente, haja vista Daniel ser em tudo fiel ao rei e se mostrar competente em suas funções.
20- Triste, mas com uma certa esperança, Dario fala da entrada da cova na expectativa de talvez ser respondido.
Observamos que, apesar da esperança e do respeito pela crença de Daniel, o rei fala “o teu deus”, provando que, o Deus de Daniel não era o mesmo que os seus “deuses”.

  

Dn 6.21-24- Deus livra a Daniel, mas os invejosos são lançados na cova dos leões e são despedaçados.
A resposta de Daniel mostra que ainda estava vivo. v.21
Daniel deixa claro que o livramento veio do Senhor! v.22
23- A alegria do rei mostra o seu coração em relação a Daniel, e a satisfação da sua esperança ter se concretizado.
Amados irmãos, mais uma vez podemos perceber que Deus não nos poupará de todas as lutas, mas estará conosco e nos dará a vitória sempre!
Deus não permitirá que passemos por lutas que não possamos suportar!
Leia o texto de  I Co 10.13 .
24- Os que maquinaram a maldade são punidos pelo rei.

25-27- Deus é glorificado e o seu poder é anunciado.
Nestes versículos lemos que o rei faz um decreto o qual deveria ser enviado a todo o reino. No decreto o rei anuncia o poder e a soberania de Deus, conta o livramento que Deus deu a Daniel e exige que todos os povos respeitem ao Deus de Daniel.

28- Daniel permaneceu na sua posição durante o reinado dos reis da Média e da Pérsia.
Este último versículo mostra que o rei Ciro era o representante da parte Persa do império. O relato confirma o capítulo 1.21 do mesmo livro.
Por causa da sua fidelidade, o Senhor honrou grandemente a vida de Daniel.

Encerramos o estudo da primeira parte do livro e a maior lição que podemos tirar desta parte é : “Deus sempre honrará àqueles que são leais a sua  Palavra. Ele está no controle de toda situação!” .















Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 8
Assunto: Estudo do capítulo 7
Visão de Daniel- As quatro feras
Queridos irmãos, iniciamos o estudo da segunda parte do Livro de Daniel que corresponde aos capítulos de 7 a 12. Estes capítulos  estão encaixados dentro do período histórico que inicia nos capítulos 5 e 6, a saber: No primeiro ano de Belsazar, Daniel recebe do Senhor a revelação narrada no capítulo 7; no terceiro ano de Belsazar, Deus dá a visão do capítulo 8; a profecia do capítulo 9 corresponde à época do primeiro ano do reinado de Dario e as revelações dos capítulos 10 a 12, correspondem ao terceiro ano de Ciro.
Como de praxe, primeiramente apresentaremos um esboço do capítulo para proporcionar uma visão mais ampla e facilitar a memorização e meditação do mesmo.

I- Esboço do capítulo 7:

7.1-14- O Sonho e as visões de Daniel- As quatro feras
1- A experiência se passa durante o primeiro ano de Belsazar
2-14- Daniel narra a visão

7.15-27- Interpretação das visões
15- As visões não saem dos seus pensamentos
16- Daniel pede a interpretação
17,18- É dada uma interpretação abrangente da visão
19-22- Daniel deseja saber mais detalhes a respeito do quarto animal
23-25- É dada uma interpretação mais detalhada sobre o quarto animal
26,27- A revelação avança até a destruição do quarto animal e o início de um reino eterno

7.28- Fim da primeira revelação

II- Análise do capítulo 7
O assunto deste capítulo é o mesmo do capítulo 2; assim como a estátua representava o declínio dos reinos do mundo e cada parte da estátua simbolizava um império mundial; cada animal do capítulo 7 também representa um império, entretanto, na revelação do capítulo 7 observamos novos detalhes que não aparecem no capítulo 2.
Exemplos:
O capítulo sete deixa claro que no império Medo-persa, uma das partes se eleva sobre a outra (no caso; a Pérsia prevalece).
Podemos observar também a divisão que haveria do império grego em quatro partes, simbolizada nas quatro cabeças do leopardo.
Neste capítulo o império romano é representado pela besta (o quarto animal), entretanto não vemos surgir mais nenhuma outra fera, o que significa que o império romano, de algum modo, ainda existe e ressurgirá, sendo o último império mundial até a volta de Jesus.
Veja no quadro abaixo a relação entre as revelações contidas nos dois capítulos.

CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 7
SIGNIFICADO
Cabeça de ouro
Leão com asas de águia
Nabucodonosor - Babilônia
Peito e braços de prata
Urso que se levanta sobre um dos lados
Império Medo-persa
Pérsia sobressai; principal rei: Ciro
Ventre de bronze
Leopardo de quatro cabeças e quatro asas
Império grego
Principal rei: Alexandre “O grande”
As pernas de ferro
Uma besta (quarto animal)
Império romano
Os pés e os dez dedos de ferro misturado com barro
Os dez chifres da besta
Império romano que ressurgirá
Anticristo  - “Chifre pequeno”

Antes de partirmos para o comentário dos versículos, quero deixar claro que qualquer interpretação bíblica deve estar em conformidade com as regras de hermenêutica, portanto, o significado das figuras usadas no texto se encontra no próprio texto. Exemplo: A interpretação dos versículos deste capítulo é dada dentro do mesmo capítulo (7.15-27) e feita também através da comparação com o capítulo 2 e outros textos paralelos.
Vale ainda anotar o detalhe de que, a revelação contida na segunda parte do livro é progressiva, ou seja, o capítulo 7 contém mais detalhes que o capítulo 2, o capítulo 8 trará mais detalhes que o capítulo 7, o capítulo 9 mais que o capítulo 8, etc...

Aprenderemos os detalhes conforme formos meditando em cada versículo...

Dn 7.1-14- O Sonho e as visões de Daniel- As quatro feras

v.1- A visão acontece no ano primeiro de Belsazar, rei da Babilônia, logo, quando Daniel teve a primeira revelação, o império que dominava era o da Babilônia, o que mostra o poder de Deus e a profundidade da profecia, pois Daniel falou com riqueza de detalhes sobre os vários impérios mundiais até a volta de Jesus. Sabemos através da história, que todas as profecias referentes à ascensão e queda dos impérios mundiais partindo da Babilônia até o império romano, cumpriram-se em seus mínimos detalhes.
Assim que teve a visão, Daniel resolveu  escrever imediatamente um resumo de tudo. O final do versículo nos dá a entender que deveria haver muitos detalhes os quais seriam impossíveis de serem escritos, mas creio que foi relatado aquilo que o Espírito Santo desejou que soubéssemos.

v.2- O mar na Bíblia representa as nações do mundo; o “mar grande” seria a totalidade da Terra.
Ver Is 57.20; Ap 17.15; Mt 13.47 (aqui os peixes são os homens;  o mar o mundo habitado).
Assim como o mar está em constante movimento e suas ondas mostram a sua fúria, as nações do mundo vivem em constante agitação e conflitos intermináveis.
O número quatro na Bíblia representa a totalidade da Terra; os quatro pontos cardeais; norte, sul, leste e oeste; os quatro cantos da Terra. Ver: Is 11.12; Ap 7.1
Quatro é o numero dos Evangelhos que contam a história de Jesus, o qual veio trazer salvação para todo aquele que crer. Este mesmo Evangelho deve ser pregado em toda Terra.
As quatro pontas do altar mostram a misericórdia e Graça do Senhor sendo dirigidas a toda Terra.
Os ventos do céu representam os poderes espirituais que agitam as nações da Terra; o número quatro indica a abrangência da ação destes poderes, ou seja, em toda a Terra. As nações estão constantemente sendo influenciadas direta ou indiretamente por poderes celestes.

 Consideremos o que escreveu J. D. Douglas em sua obra: O Novo Dicionário da Bíblia em um volume; editora Vida Nova, págs 1125 e 1126:
Quatro é o número de lados de um quadrado, é um símbolo de algo completo na Bíblia. O nome divino , Yahweh, tem quatro letras no hebraico (YHWH).
Havia quatro rios que saíam do Jardim do Édem (Gn 2.10) e existem quatro cantos da Terra (Ap 6.1;20.8) de onde sopram os quatro ventos (Jr 49.36; Ez 37.9).
Em sua visão sobre a Glória de Deus, Ezequiel viu quatro criaturas vivas (cap. 1), e, com essas podemos comparar as quatro criaturas viventes de Ap 4.6.
A história do mundo, desde o tempo do império babilônico até o fim, é abarcado por quatro reinos (Dn 2 e 7).
Quatro é um número proeminente no simbolismo profético e na literatura apocalíptica, conforme demonstram-no as referências seguintes: Quatro ferreiros e quatro chifres (Zc 1.18-21), quatro carruagens (Zc 6.1-8), quatro chifres do altar (Ap 9.14), quatro anjos destruidores, e, quando o Evangelho foi estendido aos gentios, Pedro, numa visão, viu animais e répteis serem baixados do céu numa espécie de lençol seguro pelas quatro pontas.

v.3- Os animais que simbolizavam os mesmos  impérios mundiais da estátua do capítulo 2, subiam do mar, ou seja, das nações.
Os impérios são vistos como feras por Daniel, o que reforça o caráter de cada império e de seus respectivos governantes.


  


 v.4- A primeira fera corresponde a Nabucodonosor, e, logicamente, ao império babilônico.

Assim como o ouro é o metal mais nobre, o leão é o mais nobre dos animais
ferozes; as asas de águia mostram a rapidez da expansão do império.
Quanto ao que é contado na parte b do versículo, vemos um resumo do que aconteceu com Nabucodonosor no capítulo 4 do livro.

                                                                              

v.5- A segunda fera é o império Medo-persa, entretanto vemos alguns detalhes importantes:


 

1º-O urso é um animal muito feroz, mas  não tão nobre quanto o leão, assim como a prata perde em valor, comparada ao ouro.
2º-As patas equivalem aos braços da estátua. O urso se levanta sobre uma das patas- A Pérsia era a parte mais forte da aliança Medo-persa e logo dominou (Ciro foi o principal rei da Pérsia).

  

3º- As três costelas falam dos impérios anteriores cujas áreas agora estariam sob domínio Medo-persa, a saber:  Egito, Assíria e Babilônia. Alguns eruditos consideram as áreas correspondentes a Lídia (localizada na Ásia menor), ao Egito e a Babilônia; direções da expansão Persa. Estas duas diferentes interpretações não alteram o sentido da profecia e ambas são válidas.

v.6- A terceira fera era um leopardo, que corresponde ao ventre de bronze da estátua e representa o império grego (Alexandre “o grande”, foi o principal rei). A maior característica deste império foi à velocidade das suas conquistas e sua enorme expansão. Também observamos um avanço na revelação quanto a este império. Vejamos:

1º- O leopardo é menos nobre que o leão e mais fraco que o urso, entretanto é um animal, cuja característica principal é a rapidez e agilidade. Soma-se a isto as suas quatro asas de ave.
2º- Quatro cabeças- Divisão do império grego após a morte de Alexandre entre os seus generais, a saber: Lisímaco;  Cassandro; Ptolomeu I Sóter e Seleuco I Nicátor.
3º- Grande domínio- A expansão e influência da cultura grega.

 


  

A besta corresponde às pernas de ferro da estátua e representa o império romano. O império romano é o último império, visto que o império do Anticristo é uma continuação dele. Na estátua, os pés e os dedos possuíam “algo” do ferro. Nas visões do capítulo 7, não vemos o surgimento de mais nenhuma besta, mas esta última avança até o fim, quando será destruída pelo Filho do Homem, logo, este império existirá até a volta de Jesus.

 v.7- O quarto animal é introduzido de forma especial, não era conhecido e era inferior em termos de nobreza aos anteriores; entretanto, era terrível, espantoso e muitíssimo forte!


Os dentes da besta são feitos do mesmo metal das pernas da estátua, logo, isto mostra um império cuja característica principal é a força (Dn 2.40); vemos o caráter cruel e especialmente maligno deste império. Os dentes de ferro também confirmam mais uma vez que o império romano continua neste império.
A besta tinha dez chifres, que correspondem aos dez dedos da estátua. Estes dez chifres são dez reis e /ou dez reinos.
Repare que a besta é uma (um império); deste império emergirá os dez chifres.
Não importa a quantidade de nações que englobam este império, o que é interessante perceber é que deste império emergem (se levantam; sobressaem) dez reis. Ver o versículo 24.

  

v.8- Aqui nos é apresentado um detalhe importante:
O chifre pequeno representa o Anticristo; ele surge entre os dez, derruba os três principais e assume o controle de todo o império.
Vemos que o Anticristo, no começo, é alguém de pouca expressão (pequeno), mas depois mostra a sua habilidade e conquista o domínio.
Podemos perceber que a sua maior arma é a boca; será eloqüente e insolente (atrevido; arrogante). Suas palavras serão contra Deus!

v.9,10A visão avança até uma outra cena...
Enquanto a besta está agindo na Terra, um tribunal é implantado no céu; os versículos 9 e 10 mostram que em breve o juízo seria executado contra a besta. “Foram postos uns tronos”; isto nos dá a idéia do preparo para o julgamento.
O Ancião de Dias aqui é Deus Pai, pois Jesus aparece no versículo 13. A  expressão “Ancião de Dias” significa: “aquele que é eterno!”.
 As vestes brancas mostram a sua santidade e os cabelos brancos simbolizam a sua eternidade; o seu trono de fogo indica o poder do seu julgamento.
“Cabelos brancos” e “vestes brancas” também são símbolos aplicados ao Senhor Jesus na Bíblia, haja vista ele ser Deus com o Pai e o Espírito, logo, não tem princípio nem fim, sendo igualmente eterno.
O simbolismo do fogo está associado com a purificação para o cristão, entretanto, para o ímpio, está associado com o juízo e a condenação, portanto, o juízo, aqui neste texto,  emana do trono de Deus como um rio de fogo.
Os milhares e as miríades são os seres angelicais. Tudo estava pronto, e, então, começa o juízo com a abertura dos livros. O julgamento seria executado sobre os reinos do mundo!

11- A Besta, a despeito do que se passava no céu, prosseguia com as suas blasfêmias, até que o seu reino foi destruído, e, juntamente com o reino, é destruído o seu rei (Anticristo), que é lançado no lago de fogo!

12- Com a destruição do império do Anticristo, todo domínio humano é arrancado, pois o reino será entregue a Cristo; porém, durante o milênio as nações ainda existirão.

13,14- Nestes versículos encontramos a implantação do reino milenar. Eles correspondem aos versículos 34, 35, 44 e 45 do capítulo 2.
“um como o Filho do Homem”;  sem dúvida alguma é Jesus, a Pedra do capítulo 2.
Este “como o Filho do Homem” vinha com as nuvens do céu, o que mostra a sua divindade. O fato de se dirigir ao Ancião de Dias deixa claro que este agiria em conformidade com aquele que estava assentado sobre o trono.
O reino é entregue nas mãos de Jesus!

Dn 7.15-27- Interpretação das visões

15,16- Daniel pede a interpretação das visões.
As visões deixaram Daniel tão inquieto a ponto de não saírem da sua mente.
A expressão “visões da minha cabeça”; não significa que as visões tivessem sido produzidas por sua mente, mas sim que elas eram tão terríveis que ele não conseguia esquecê-las.
No versículo 16, “um dos que estavam perto” se refere a um anjo. Daniel pede a interpretação das visões ao mensageiro angelical que havia sido enviado pelo Senhor.

17,18- Estes versículos dão uma interpretação sumariada de toda a visão.
Os quatro animais são quatro reis (obviamente os governantes de quatro reinos) que se levantarão da Terra (Mar). Embora se levantem governantes no mundo, no final, o domínio e o reino pertencerão aos servos do Senhor! Eis aí a síntese das visões deste capítulo. Deus, em sua soberania, entregará o reino aos seus santos, este reino será eterno; ao contrário dos reinos do mundo, os quais são passageiros.

19-22- Daniel deseja saber mais sobre o quarto animal
19- O quarto animal causou especial atenção em Daniel, pois este era diferente dos demais; era muitíssimo forte e cruel. Daniel tem o desejo de conhecer mais a respeito dele.
20- Neste versículo vemos mais detalhes sobre os chifres da besta, detalhes que muito inquietaram a Daniel, a saber:
a- A besta possuía dez chifres
b- Três eram mais proeminentes (v.8)
c-  Surge um chifre pequeno entre os dez (Anticristo)
d- Este chifre pequeno que surge por último, derruba os três primeiros
e- Ele blasfemava e parecia mais forte do que todos os demais. Repare que no princípio era insignificante.
Daniel deseja saber especificamente sobre este chifre pequeno.
21- O chifre fazia guerra aos santos e prevalecia.
Neste versículo, a palavra “santos” está se referindo, aos judeus que se arrependerão e aguardarão o retorno do Messias (Jesus).  Obviamente que haverá salvação dentre os gentios durante a tribulação e que estes serão também perseguidos e passarão por grande angústia, entretanto, o texto refere-se especificamente aos judeus.
Sabemos que após o arrebatamento da igreja, o cenário dos acontecimentos passará a ter como foco principal à nação de Israel.O Anticristo, possuído por Satanás, lançará a maior perseguição já ocorrida contra os judeus; ele terá ódio em relação a Israel e buscará a destruição da nação.
Repare que o texto diz “prevalecia” e não “prevaleceu”, isto mostra que a vitória do Anticristo será interrompida.
22- Esta aparente vitória do Anticristo será temporária, até que venha o juízo, quando o reino será entregue aos santos do altíssimo.

23-25- É dada uma interpretação mais detalhada sobre o quarto animal
23- O quarto animal é o quarto império - o império do Anticristo. Já vimos a sua característica aqui descrita, anteriormente comentada.
24- Dez chifres = Dez reis. Estes reis se levantam do mesmo império.
O que se levanta depois é o Anticristo, o qual derrubará os três primeiros.
Será diferente dos outros; a sua força estará no seu poder de persuasão, ele será eloqüente!
25- Será blasfemo; ferirá os santos; mudará o tempo e a lei.
Vencerá os santos durante 3 anos e meio.

1 tempo= 1 ano
2 tempos= 2 anos
½ de um tempo= meio ano
1 tempo + 2 tempos + ½  tempo = 3,5 anos, ou seja, a 2ª metade da grande tribulação.

   Obs: Podemos observar que o mundo está sendo preparado para aceitar e receber o Anticristo. Os próprios sistemas de leis existentes nos mais variados países mostram como as leis são criadas para afrontar ao Senhor. Exemplos: Aprovação do aborto; do divórcio; do casamento entre homossexuais; da adoção de filhos por casais homossexuais e outras. Apesar do exposto ser uma verdade, o versículo vai mais além; ele trata das alterações nas leis e costumes judaicos que o Anticristo vai impor.
O Anticristo terá um ódio especial contra Israel.

26,27- A revelação avança até a destruição do quarto animal e o início de um reino eterno.
O quarto império se findará com a destruição do Anticristo.
O Povo dos santos do Altíssimo é o povo judeu. Israel durante o milênio, será cabeça das nações.
Todos os santos participarão do reino e  Jesus estará assentado sobre o trono de Davi e reinará para sempre!

28- Este versículo é uma espécie de finalização. Daniel guardou as revelações em seu coração

































Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 9
Assunto: Estudo do capítulo 8
Visão de Daniel- O carneiro e o bode
Amados irmãos; o capítulo 8 avança em detalhes que não são vistos no anterior, nele você terá informações importantes sobre o domínio grego, mas, acima de tudo, este capítulo contém detalhes importantes quanto à pessoa do Anticristo. Após a morte de Alexandre e a divisão do seu império em quatro partes, haveria uma sucessão de guerras entre os reis do norte (selêucidas) e do sul (ptolomeus); porém, no final do domínio selêucida, levantar-se-ia um rei chamado Antíoco Epifânio, o qual seria um tipo do Anticristo. O estudo deste personagem nos dá uma pequena idéia do que o Anticristo fará contra os judeus.
O Anticristo se levantará contra muitos, entretanto, sem dúvida alguma, o seu ódio se concentrará contra o povo de Deus (Israel). O chifre pequeno deste capítulo literalmente não é o Anticristo e sim Antíoco Epifânio (rei do norte); mas a visão refere-se ao fim porque Antíoco é uma figura do Anticristo, portanto, o leitor deve enxergar profeticamente neste personagem uma figura que nos mostra como agirá o Anticristo; é exatamente isto que o Espírito Santo  nos deseja mostrar.
Obs: Muitos “anticristos” têm se levantado na história, mas todos são apenas exemplos do Anticristo que surgirá literalmente. II Ts 2. 7,8; I Jo 2.18
Como exemplo de figuras do Anticristo e de pessoas que com ele foram comparadas, podemos citar na história mais remota: Faraó, Antíoco Epifânio, Nero e Diocleciano. Na história mais recente, temos um bom exemplo deste personagem na pessoa de Adolf Hitler.

I- Esboço do capítulo 8

8.1,2- Introdução ao capítulo
               v.1)- Tempo
               v.2)- Localização
8. 3-14- Daniel conta o que viu (A visão do carneiro e do bode)
8. 15-19- Daniel deseja saber a interpretação
                v.15)- Daniel deseja entender a visão
                v.16)- Deus envia Gabriel para dar a interpretação
                v.17-19)- A visão se referia ao tempo do fim
8. 20-26- A interpretação da visão
8.27- Encerramento da visão
Após apresentar este esboço, passaremos a meditar no capítulo. De posse das informações que já temos, estarei fazendo o comentário a partir do versículo 1, deixando outros detalhes para a interpretação contida nos versículos de 19 a 26.

II- Análise do capítulo 8

8.1,2- Introdução ao capítulo

v.1- Este versículo nos informa em que época ocorreu o fato a ser relatado. A visão aconteceu no terceiro ano de Belsazar, rei da Babilônia.
Percebemos que há um intervalo de tempo entre as visões do capítulo 7 a as  visões do capítulo 8.
v.2- “pareceu-me estar”... - O versículo não afirma que Daniel estava presente fisicamente em Susã; o próprio Daniel não soube dizer se estava presente fisicamente ou em espírito. Daniel, de alguma forma, fazia parte da própria visão, ou seja, ao contemplar a visão; na visão ele estava em Susã.
Veja: Ez 8.1-3; At 8.39,40; II Co 12.1-4
Susã- Capital de inverno dos reis da Pérsia
Elão- “terras altas” - Província próxima ao Golfo Pérsico
Rio Ulai-  Provavelmente um canal artificial de irrigação perto de Susã

8. 3-14- Daniel conta o que viu (A visão do carneiro e do bode)
v.3- O carneiro corresponde ao urso do capítulo 7 e representa o império Medo-persa.
Dois chifres = duas patas = peito e braços de prata
Um chifre mais alto = Uma pata mais alta- O mesmo significado, ou seja, a Pérsia era a parte mais forte.
Um novo detalhe: O mais alto subiu por último; a Média subiu primeiro que a Pérsia.


O carneiro do capítulo 8 
corresponde ao

urso do capítulo 7

v.4- As marradas (cabeçadas) em três direções (para o ocidente, norte e sul), equivalem as três costelas na boca do urso e corresponde a expansão do império em três direções diferentes.                                                                
v.5- O bode que vinha do ocidente era o império grego e equivale ao leopardo do capítulo 7. O ocidente era a região de origem do império grego.
Sobre toda a Terra- Grande domínio
Sem tocar no chão- Isto mostra a sua grande velocidade.
O chifre notável era Alexandre “O Grande”.


O bode peludo do capítulo 8
corresponde ao

leopardo do capítulo 7

Observe: Bode = Leopardo = Ventre de bronze

v.6,7- Vitória do império grego sobre o império Persa. A marca da vitória foi à rapidez, não dando tempo da Pérsia reagir.

v.8- No auge do império grego, quando tudo estava bem, Alexandre morre de forma prematura.
Em seu lugar saem quatro chifres notáveis; estes são os quatro generais que dividiram o império entre si em quatro partes. Estes chifres correspondem as quatro cabeças do leopardo visto no capítulo anterior.
Chifre = governo; autoridade; rei.

v.9- A história secular nos revela que este chifre pequeno é Antíoco Epifânio que se levantou no reino do norte, quando o império grego já estava chegando ao fim.
Não se trata do Anticristo, pois este surge entre dez chifres, já o chifre pequeno deste capítulo sai dentre os quatro, ou seja, dentre uma das partes do império grego, mais precisamente do norte, haja vista uma das direções que ele parte para dominar ser o sul.
Este rei expande o seu domínio para o sul (Egito), oriente e terra gloriosa (uma referência à Terra de Canaã).
Apesar de não ser o Anticristo, certamente é uma figura do mesmo.

v.10- Ao meu ver, a interpretação mais coerente é a de que o exército dos céus representa aqui o povo de Israel. A história nos mostra que Antíoco tinha um projeto de helenização dos povos conquistados, ele partiu contra a terra de Canaã cheio de orgulho e soberba; tentou impor a helenização, mexendo na lei e nas tradições judaicas. Antíoco desejava implantar o seu próprio sistema de culto; como os judeus piedosos não aceitavam, mostrou o seu grande ódio contra Deus e contra o seu povo. Profanou o templo; blasfemou contra Deus e conseguiu vencer a resistência dos santos. Alguns judeus apóstatas o apoiaram, outros, entretanto, se rebelaram contra ele e resistiram até a morte.

v.11- “até ao príncipe do exército” - Desafiou ao Senhor; blasfemando e profanando o templo. A história nos conta que os sacrifícios diários que eram feitos ao Senhor foram retirados.
O segundo templo não foi totalmente destruído a ponto de deixar de existir como aconteceu com o primeiro templo na época da invasão da Babilônia; na verdade, o templo foi profanado e foi erigido um altar pagão sobre o altar das ofertas queimadas. Antíoco introduziu as suas abominações no lugar santíssimo. O templo foi contaminado com carne e sangue de porcos.

Por todas as suas atitudes, maldades, blasfêmias e ódio contra os judeus; vemos nestas passagens, na pessoa de Antíoco, uma figura bastante clara do Anticristo e podemos ter uma noção do que o Anticristo fará contra os judeus.

  

v.12- O motivo de toda esta destruição foram as próprias transgressões de Israel.
e o que fez prosperou”, ou seja, Antíoco conseguiu fazer grande destruição em Israel e por um tempo levou avante as suas abominações.

v.13,14- “...um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava” -  Dois anjos falando.
As 2300 tardes e manhãs (= 1150 dias) corresponderiam ao tempo que levaria para o templo ser purificado após Antíoco Epifânio suspender o sacrifício diário e profanar o templo com o estabelecimento da transgressão assoladora.
Sabemos pela história que o ápice da profanação foi quando Antíoco contaminou o templo com sangue de porcos e erigiu um altar pagão no mesmo.
A purificação do templo foi feita por Judas Macabeu aproximadamente em 165 ac.

8. 15-19- Daniel deseja saber a interpretação

v.15- Daniel procurou entender a visão e o Senhor envia o seu mensageiro.

v.16- O mensageiro é identificado como Gabriel, e quem lhe dá a ordem para interpretar a visão é o Senhor.

v.17- A visão corresponderia ao tempo do fim, ou seja, estaria relacionada com o fim. O cumprimento histórico foi com Antíoco Epifânio, mas este é apenas uma figura daquele que virá (Anticristo).

v.18- Aqui neste texto, o anjo mencionado é Gabriel. A Bíblia diz que ele assiste diante de Deus (Lc 1.18,19) e foi enviado a Maria para dar a notícia do nascimento de Jesus (Lc 1. 26-38).
Os anjos mostram o poder do seu criador; quando Gabriel se aproxima de Daniel, este  cai desmaiado, entretanto, Gabriel toca no profeta e o coloca em pé novamente.

v.19- Gabriel fala para Daniel o motivo pelo qual foi enviado, ou seja, para interpretar a visão.
Mais uma vez, é revelado que a visão se refere ao tempo do fim. Embora literalmente a visão tenha se cumprido em Antíoco Epifânio, certamente há um elemento escatológico na visão. Neste versículo a ligação da profecia com o final dos tempos fica mais clara ainda quando o anjo diz que revelaria o que ia acontecer no último dia da ira. Durante a grande tribulação, a ira de Deus será derramada sobre a Terra, inclusive sobre Israel.

8. 20-26- A interpretação da visão
Estes versículos trazem a interpretação da visão.

v.20-Carneiro com dois chifres- Reis da Média e da Pérsia

v.21-Bode peludo= Rei da Grécia; o chifre grande é o primeiro rei (Alexandre).

v.22-As quatro partes do império após a morte de Alexandre, não teriam, obviamente, a mesma força do império unido, porém não significa que aqueles reinos não teriam força. Sabemos pela história que estes reinos constantemente competiriam entre si.

v.23- Este versículo é continuação do anterior, logo, “no fim do seu reinado” significa no final do reinado das quatro partes; ou seja, no final do império grego.
A palavra prevaricar significa proceder mal; trair; torcer a lei. (Bueno, Silveira – mini dicionário da língua portuguesa; edição revista e atualizada- editora FTD)
Existe muita controvérsia com relação a quem se referia o texto ao chamar de prevaricadores. Citarei apenas duas, sendo ambas coerentes.

1ª- Alguns estudiosos afirmam que o termo “prevaricadores” está sendo aplicado aos quatro reis, em especial aos reis do norte e do sul, cujas guerras tanto afetaram a nação de Israel.
Observamos que o versículo fala “no final do seu reinado”; “quando os prevaricadores acabarem”, ou seja, a expressão faz parte de um contexto que se refere aos quatro reis.
O significado do versículo ficaria assim: Um rei se levantaria dentre os quatro reis, quando o período do reinado destes homens maus estivesse chegando ao fim.
A história confirma que, no final do domínio da Grécia, quando os reinos do norte e do sul estavam para se findar, Antíoco Epifânio tornou-se rei do norte e levou a maldade contra os judeus até o limite.
Algumas características deste rei:
a)- Este rei seria “de feroz catadura” (ARA) ou “feroz de cara” (ARC)- Mostra o seu caráter mal, inflexível e de atitudes destruidoras.
b)- “especialista em intrigas” (como na tradução ARA; preferencialmente) ou “entendido em adivinhações” (ARC)- Seria altamente inteligente e astuto.
A história mostra que Antíoco era especialista na linguagem ambígua e adepto da conversa dúbia.  Era dissimulador e mestre de intrigas.
Estas características também serão vistas no Anticristo.

2ª-  Outros estudiosos dizem que os prevaricadores serão os judeus apóstatas, sendo assim, o surgimento do rei do norte aconteceria quando a apostasia chegasse no limite. Esta interpretação também é digna de apreciação.

v.24- Satanás estará por trás dele, porém, no caso do Anticristo, o próprio Diabo o possuirá! II Ts 2. 9,10
Não podemos ignorar o fato de que tudo está no controle de Deus, ele é soberano! Israel precisava ser tratado, assim como no final dos tempos Deus purificará o seu povo através da aflição!
Este rei prosperaria, como já foi dito anteriormente; causará destruição dentre os poderosos e dentre os judeus piedosos.

v.25- Sua grande arma seriam as suas palavras e a astúcia. II Ts  2.11,12
Levantar-se-á contra o Senhor. (Príncipe dos príncipes- Messias). Ap 6.2;13.5-7
Será quebrado sem esforço de mãos humanas, ou seja, não será morto por homem algum.
Conta à tradição que Antíoco Epifânio morreu repentinamente. Do mesmo modo o Anticristo morrerá sem esforço de mãos humanas (Ver a Pedra cortada sem auxílio de mãos humanas em Dn 2.34,35,44,45). O Senhor o matará com o sopro da sua boca e o destruirá com a manifestação de sua vinda (II Ts 2.8).

v.26- A visão a que se refere é a revelação contida no capítulo 8.
Neste versículo está sendo usada uma linguagem que toma uma parte pelo todo; muitas coisas foram vistas por Daniel, mas quando é citado “a visão da tarde e da manhã”, subentende-se que todo o conjunto da visão é verdadeiro. A ênfase  está na profanação do templo e na sua posterior purificação, por ser o ápice de todas as blasfêmias a maldades pelas quais Israel passaria.
A profecia, era verdadeira, porém as aflições que viriam sobre Israel e a purificação do templo não aconteceriam em curto tempo, mais em uma era distante.
Uma informação interessante: Quando Daniel teve estas visões, o templo construído por Salomão (primeiro templo) já havia sido destruído pelo exército da Babilônia, logo, o templo que ele viu sendo profanado na visão do capítulo 8, seria o segundo Templo (Zorobabel), que ainda havia de ser construído. O segundo templo foi reformado e ampliado por Herodes, tendo sido destruído pelos romanos em 70dc. Como a visão refere-se ao fim dos tempos, também se segue que um novo templo (terceiro) deverá ser construído em Jerusalém.

8.27- Encerramento da visão
Ao ver todas as coisas terríveis que viriam sobre a sua nação e tudo o que aconteceria com o seu povo, Daniel adoeceu por alguns dias; entretanto, após um tempo, levantou-se novamente e foi tratar dos negócios do rei.
A situação que contemplou certamente causou grande pesar, mas não derrubou a sua fé, nem o seu testemunho ou sequer impediu que continuasse o seu serviço.
Irmãos; sabemos todas as coisas que hão de acontecer com a Terra, com Israel e com aqueles que não forem arrebatados. Muitos de nós temos parentes, colegas e vizinhos que não entregaram a vida ao Senhor Jesus. Olhamos para as igrejas e vemos heresias abomináveis sendo espalhadas; homens gananciosos fazem comércio com a  fé; crentes dentro de nossa própria igreja vivem no pecado e na frieza. Falta compromisso, falta santidade, falta amor pela Palavra de Deus.
Diante disto tudo, pergunto: O que devemos fazer? Devemos desanimar? Podemos ficar contentes com a situação? Podemos fingir que não vemos?
Devemos nos entristecer com o que acontece nestes últimos dias; a situação do mundo, de Israel e dos “crentes” realmente não são motivos de riso, mas ao mesmo tempo, como Daniel, não podemos nos  abater  e precisamos continuar cuidando dos negócios do nosso Rei e Senhor; Jesus Cristo!   



















Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 10
Assunto: Estudo do capítulo 9
As setenta semanas
Neste capítulo encontramos uma das profecias mais importantes da Bíblia; podemos dividi-lo em duas partes para facilitar o nosso estudo, a saber: Dos versículos 1 a 19; encontramos a  intercessão de Daniel, e dos versículos 20 a 27, temos a profecia das setenta semanas. Concentraremos o nosso comentário na profecia que esta na segunda parte e faremos apenas um breve comentário da primeira parte.
De acordo com a divisão acima, o esboço do capítulo é bastante simples...
I- Esboço do capítulo 9
Dn 9. 1-19- Daniel intercede pelo seu povo
1- A intercessão de Daniel e a profecia acontecem no primeiro ano de Dario.
2,3- Daniel é levado a orar ao estudar as outras profecias das Escrituras.
4-15- Daniel confessa o pecado da nação e se inclui entre eles.
16-19- Daniel pede livramento baseado nas misericórdias do Senhor.
Dn 9.20-27- A profecia das setenta semanas
20-23- Deus responde a oração e envia Gabriel enquanto Daniel orava.
24-27- A profecia das setenta semanas.
II- Breve comentário dos versículos 1 a 19.
Dn 9. 1-19- Daniel intercede pelo seu povo
Destes versículos podemos extrair:
v.1-Daniel recebeu a revelação das setenta semanas no primeiro ano de Dario, portanto, o império que dominava era o Medo-persa.
v.2,3-A oração de Daniel é impulsionada pelas profecias bíblicas (Jr 25.11; 29.10).
Será que (baseados na Palavra de Deus) temos orado pela volta de Jesus?
  
v.4-15- Apesar de conhecermos a fidelidade de Daniel e a sua história, ele jamais ousou se achar justo diante de Deus. Quando ele fala dos pecados do seu povo, sempre se coloca entre eles.
v.16-19- A oração consistia em pedir o livramento para o seu povo; Deus havia derramado a sua ira sobre Jerusalém e sobre o povo de Israel. A oração de Daniel era baseada:
1º- Na justiça de Deus.
2º- Na misericórdia de Deus.
3º- No amor de Deus pelo seu próprio nome.
Da mesma forma, a nossa oração não é ouvida por causa dos nossos méritos próprios, mas Deus nos ouve por causa do que Jesus fez por nós na cruz!
III- Análise da profecia das setenta semanas- Versículos 20 a 27
Dn 9.20-27- A profecia das setenta semanas
v. 20-23- Deus responde a oração de Daniel. A resposta vem do Senhor enquanto ele ainda orava.
O mensageiro de Deus, aqui neste texto, novamente é Gabriel.
v. 24-27- A profecia das setenta semanas.
A contar destes versículos, estaremos fazendo um comentário mais pormenorizado, por se tratar de uma profecia que nos leva ao período da grande tribulação.
Para que o leitor possa compreender a profecia e o porquê dela se referir ao fim dos tempos, é necessário frisar bem  o motivo que levou Daniel a orar.
Ao ler as Escrituras, especialmente o livro de Jeremias, Daniel descobre que o tempo do cativeiro havia se esgotado; apesar disso, muitos dentre o povo estavam acostumadas com a Babilônia,
Do mesmo modo, em nossos dias muitos que se dizem cristãos estão acostumados e conformados com o mundo, entretanto, a nossa pátria está nos céus, devemos clamar pela volta de Jesus!
  
Apesar da apatia dos judeus, Daniel sabia das promessas do Senhor, ele desejava a restauração da sua nação, por isso, ele começou a orar, e na sua súplica pela restauração da nação, podemos notar que ele desejava: O perdão pelas transgressões de Israel e também por não terem implorado o favor de Deus anteriormente; pede para que cessasse a ira e o furor do Senhor sobre Jerusalém e sobre o templo; pede o cumprimento da profecia com a libertação do cativeiro; o retorno para Canaã e o restabelecimento do culto. Sua oração não se firmava em seus próprios méritos como vimos anteriormente.
Daniel amava a Deus e queria que o nome do Senhor fosse glorificado!
Deus ouviu a oração de Daniel, mas o Senhor sabia que não bastaria apenas o retorno do cativeiro para que o problema de Israel fosse resolvido; a nação precisaria ser purificada dos seus pecados! De fato, após o retorno do cativeiro, estudando a história de Israel, sabemos que a nação permaneceu no pecado e ainda permanece até os dias de hoje.
A resposta da oração veio de forma muitíssimo mais profunda do que o próprio Daniel pudesse imaginar; o Senhor não apenas falaria sobre o retorno do cativeiro, mas revelaria a restauração final de Israel...
Deus determinou um tempo para restaurar Israel, que seria contado a partir da saída do cativeiro da Babilônia. Este período seria de 70 semanas de anos, que corresponde a 490 anos.
24- A palavra semanas no hebraico “shãbûa’”, significa uma unidade ou período de sete. Pode ser sete dias, semanas, anos ou qualquer grupo de sete.
(Ver apostila de Escatologia; I parte, escatologia geral, aula 8, pág 31,32)
Neste versículo, especificamente, são semanas de anos; totalizando 490 anos (70 X 7 anos).
Deus determinou um tempo com alguns propósitos.
Repare sobre quem era determinado este tempo:
a)- O teu povo- Israel
b)- A tua santa cidade- Jerusalém
Repare ainda que este tempo tinha seis objetivos em relação a Israel:
1º- Para fazer cessar a transgressão
2º- Para dar fim aos pecados
3º- Para expiar a iniqüidade
4º- Para trazer a justiça eterna
5º- Para selar a visão e a profecia
6º- Para ungir o Santo dos Santos
Resumindo até aqui: Deus revela a Daniel que determinou um período de 490 anos para que Israel fosse completamente restaurado. Observe que todas as seis bênçãos que ocorreriam a Israel estavam relacionadas com Cristo!
Surge a pergunta: Como se daria esta contagem? Vejamos o versículo seguinte...
25- Início da contagem- Ordem oficial para que os judeus reedificassem a cidade de Jerusalém. Isto ocorreu em 445 ac (corresponde ao período do livro de Neemias).
“até ao ungido, ao príncipe” - Da ordem para restaurar Jerusalém até a vinda do Messias (Jesus) passariam 7 semanas e  mais 62 semanas, ou seja, 69 semanas. Observe que o período de 490 anos está dividido em três partes, a saber: 7 semanas + 62 semanas = 69 semanas + 1 semana = 70 semanas. Como são semanas de anos, temos: 49 anos + 434 anos = 483 anos + 7 anos = 490 anos
A divisão de 7 semanas + 62 semanas, ocorre justamente para marcar o tempo que demoraria a reedificação da cidade. Este período é comprovado pela história, pois levou 49 anos para que a obra se completasse.  Conforme a profecia, a cidade foi reedificada debaixo de muito sofrimento e lutas (ver o livro de Neemias).
Após a reconstrução das praças e muralhas, passariam mais 62 semanas até o Messias, o que dá a soma de 69, restando apenas uma.
A história também tem demonstrado precisão em relação às outras datas informadas no texto. Da ordem para a reedificação de Jerusalém (445 ac) até o Messias, deveriam passar 483 anos, ou seja, 69 semanas. Jesus fez a sua entrada triunfal em Jerusalém em 33 dc. Se somarmos 483 anos aos 445 ac, chegaremos exatamente à época de Jesus. A pequena diferença de anos acontece devido a alguns fatores, como, por exemplo: Diferença entre os calendários judaico e gregoriano e os anos bissextos ao longo dos 483 anos.
26- Notamos uma pausa após o segundo período, ou seja, a contagem é interrompida faltando uma semana. A pausa acontece devido à morte do Messias: “será morto o Ungido e já não estará”. Esta pausa é de tempo indeterminado e corresponde a era da Igreja.
“o povo de um príncipe que há de vir” - Este príncipe é o Anticristo; a besta; o chifre pequeno do capítulo 7.
Observe o esquema abaixo com base em Dn 9. 24-27.
27- Ele (Anticristo), fará uma aliança com Israel por sete anos, porém, na metade dos sete anos, ou seja, após três anos e meio, ele quebrará a aliança e profanará o templo (ver Antíoco Epifânio no capítulo 8). Prosperará até que o Senhor volte, e, então, será destruído.
Estes sete anos correspondem a Grande Tribulação e fazem parte da última semana do total de setenta. A contagem das semanas que havia sido interrompida com a morte do Ungido, reinicia após o arrebatamento da Igreja e os 490 anos terminam com a vinda gloriosa de Jesus para reinar sobre Israel e toda a Terra, cumprindo-se a profecia.
Veja o esquema abaixo:
Amados, encerramos aqui a meditação sobre as setenta semanas. Ainda restam muitos detalhes na parte profética do livro que serão vistos nas próximas aulas.


























Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 11
Assunto: Estudo do capítulo 10
Visão do Senhor
O capítulo que estaremos estudando é uma espécie de introdução para os capítulos 11 e 12.  Na verdade, estes três últimos capítulos são seqüenciais e estão no mesmo contexto, fazendo parte da mesma visão.
Poderíamos dizer que o capítulo 10 é a introdução da visão, o capítulo 11 o desenvolvimento da visão e o capítulo 12 o “fecho” da visão.
A questão mais difícil deste capítulo e que tem gerado muitos debates é a que se refere à identidade das duas pessoas que se apresentam a Daniel; isto discutiremos durante o comentário.

I- Esboço do capítulo 10
Podemos dividir este capítulo do seguinte modo:
1- 3  Introdução
4- 9 A manifestação de Cristo
10- 21 Gabriel é enviado para dar a interpretação

II- Análise do capítulo 10
O capítulo faz parte de um conjunto, sendo uma introdução às revelações que serão relatadas nos próximos capítulos.

1- 3  Introdução
Estes versículos nos dão alguns detalhes para nos localizarmos historicamente na narrativa e entendermos o que estava se passando.

1- A época era a do terceiro ano do rei Ciro; isto significa que o cativeiro já havia acabado (a autorização para o retorno ocorreu no 1º ano de Ciro). Sabemos pela Bíblia que o povo estava meio apático e nem todos retornaram. A ordem para a reconstrução de Jerusalém somente ocorreria em 445 ac.
De forma resumida é relatado que Daniel recebeu a interpretação de uma visão que teve, a qual falava de um conflito extenso. “Grande conflito” não se refere à intensidade, mas sim a duração. Israel estaria em constante conflito até o fim!
2,3- Daniel já havia tido a visão (ver 10.14; 11.2), entretanto, não a compreendeu totalmente. O motivo da sua tristeza, oração e jejum, eram as coisas terríveis que aconteceriam com o seu povo.
A duração do seu jejum e pranto foi de 21 dias (3 semanas).

Daniel passa a contar a revelação...

4- 9 A manifestação de Cristo
A revelação acontece após o seu período de jejum.
4- Local: Às margens do Rio Tigre.
5-9- Existe uma grande controvérsia em torno da questão de quem seja a pessoa que se apresenta a Daniel; por exemplo:
Davidson, F (O Novo comentário da Bíblia- ed. Vida Nova); Henry, M. (Comentário Bíblico de Matthew Henry- ed. CPAD) e Nigh, K (Manual de Estudos Proféticos- ed. Vida),concordam que há um caso de teofania (manifestação do Senhor Jesus) neste capítulo.
Champlin, R. N. (O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo- vol 5- antigo Testamento- ed. Hagnos) e o comentarista da Bíblia de Estudos Pentecostal, afirmam tratar-se de Gabriel.
Particularmente, creio que há uma manifestação do próprio Senhor Jesus a Daniel nos versículos 5 a 9 deste capítulo, pois:
1º-A descrição é muitíssimo semelhante à de Ap 1.13-15.
2º-Na verdade, existem dois personagens que se apresentam para Daniel; o Senhor Jesus (v. 5-9) e o anjo Gabriel (nos versículos que se seguirão).
-No versículo 9 podemos observar claramente que Daniel perdeu os sentidos (desmaiou); o que dá um espaço entre este versículo e o seguinte. Este detalhe faz uma grande diferença, pois a partir daí é que entrará em cena o segundo personagem.
A questão a respeito de quem aparece no capítulo não deve ofuscar o que o Senhor deseja mostrar nestes três últimos capítulos do livro.
Devemos ter em mente que o capítulo em pauta está introduzindo as revelações que seguirão.

10- 21 Gabriel é enviado para dar a interpretação

10-13- “certa mão”, ou seja, alguém lhe toca, não necessariamente o primeiro que lhe apareceu.
Seus sentidos são recuperados.
O personagem destes versículos, a meu ver, não poderia ser o Senhor Jesus, pois:
1º- Ele é enviado como portador de uma mensagem (v.11), tal como Gabriel anteriormente (Dn 9.21,22).
2º-O personagem é impedido pelo príncipe da Pérsia, que, no caso, é um ser demoníaco (um príncipe demoníaco que influenciava os reis da Pérsia). O mensageiro não consegue passar e necessita da ajuda do Arcanjo Miguel (v.13).
Fica difícil de imaginar o Senhor Jesus sendo impedido por uma criatura qualquer e mais difícil ainda é imaginar Jesus não conseguindo “furar” o bloqueio e necessitando da ajuda de um outro ser para vencer.
Concluo que o referido personagem é um ser angelical, provavelmente Gabriel, que é enviado para trazer a interpretação da visão que Daniel teve, existindo um espaço entre os versículos 9 e 10.

14-21- O anjo mensageiro diz o motivo pelo qual foi enviado.
O versículo 14 afirma o motivo pelo qual o mensageiro de Deus foi enviado: Fazer Daniel entender o que ocorreria com o seu povo (Israel) nos últimos dias; isto nos leva à revelação da visão até o fim dos tempos.
Devemos ter em mente que o capítulo 10 é uma introdução para os capítulos 11 e 12.
Até o final do capítulo 10, temos o relato do diálogo entre Daniel e o ser angelical. Vale comentar os seguintes detalhes:
A)-Na tradução Almeida Revista e Corrigida bem como na Tradução Almeida Contemporânea (Bíblia thompson), o versículo 17 diz: “Como, pois, pode o servo deste meu senhor falar com aquele meu senhor?”; o que dá a entender mais nitidamente a existência de dois personagens distintos.
B)-O versículo 20 mostra que após a domínio persa viria o período grego.

III- Apêndice sobre Daniel 10.13,20,21 relacionado as heresias da teologia da batalha espiritual.
Coloquei esta parte em nosso estudo a fim de combater uma heresia existente em nossos dias chamada Doutrina da Batalha espiritual e Mapeamento espiritual...
O Mapeamento espiritual pregado por alguns movimentos consiste em: descobrir quais os pecados da população antepassada que habitou em determinada região; as maldições existentes; descobrir quais os demônios que agem ali e descobrir a hierarquia que ocupam e até mesmo qual o líder e a quantidade de demônios sob seu comando. Podemos notar que tudo isso é um grande absurdo!
Não vemos nenhum profeta, apóstolo ou qualquer servo do Senhor na Bíblia realizando estas práticas!
Um argumento que usam para tal bobagem é o texto de Daniel 10.10-13,20,21; mais seria impossível, pois:
1º)Daniel não estava orando por nenhuma suposta guerra espiritual, mais sim, estava orando pelo seu povo e, por causa da sua fidelidade, Deus revelou a ele o que aconteceria com o seu povo. Daniel encorajaria os cativos, com a promessa de Deus do triunfo final da nação sobre os impérios gentios.
2º)Daniel não estava procurando revelações sobre espíritos territoriais, mais buscava resposta do Senhor sobre o seu povo (vejam o versículo 14 do capítulo 10). Ele não estava preocupado com o que estava acontecendo entre os anjos, aliás, ele nem sabia.
3º)Daniel estava alheio à batalha entre os anjos.
4º)Daniel não pediu para anjos serem enviados, mais Deus enviou Gabriel em resposta ao seu amor pelo Senhor e pelo seu povo.
5º)O texto mostra uma experiência particular que Daniel teve ao orar.
Irmãos; não interessa se o Inimigo está enviando demônios para combater contra a Igreja, o que interessa é que à vontade de Deus jamais poderá ser impedida!
Embora possam existir poderes demoníacos agindo em determinadas regiões, não significa que devemos descobrir a identidade ou graduação dos mesmos. Nossa vitória estará na obediência, fé e amor a Deus.
Enfatizar a passagem de Daniel de Daniel 10.13 conferindo-lhe um respaldo para a teologia da “batalha espiritual” é cometer uma série de erros de hermenêutica.
Não devemos esquecer ainda que as revelações contidas no livro de Daniel e nos demais escritos do Velho Testamento, são típicas de uma dispensação na qual o Espírito Santo não havia sido derramado em sua plenitude, a noção sobre o reino espiritual era mais limitada e a manifestação de anjos como portadores de mensagens divinas eram mais intensas.
Sobre os anjos, o que podemos tirar de ensino neste capítulo é o seguinte:
a)- Que os anjos são enviados a favor daqueles que servem a Deus (Dn 10.12)
b)- Que poderes demoníacos podem influenciar nações (Dn 10.20,21)
c)- Que os anjos do Senhor pelejam pelo seu povo(Dn 10.13,20,21)
d)- Que atrás da história humana existem inteligências sobrenaturais, boas e más, em conflito (10.12,13,20,21)

Recomendo a leitura da apostila “Heresias nas Igrejas; o falso evangelho!”, aula nº24, Escola Bíblica Dominical 2005; Departamento de ensino da Semente da Vida, Igreja Evangélica.

Nenhuma passagem bíblica fornece base para a paranóia da teologia da batalha espiritual divulgada em alguns movimentos neopentecostais.

Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 12
Assunto: Estudo do capítulo 11
Visões até o fim dos tempos
Irmãos; o capítulo que estaremos estudando agora, conforme vimos anteriormente, é uma continuação do capítulo 10 e está ligado ao último capítulo do livro. Deus revela a Daniel os grandes conflitos pelos quais passarão o povo de Israel até a vinda Jesus. Os irmãos poderão perceber que o capítulo se desenvolverá da seguinte forma...

I- Esboço do capítulo 11:
Podemos dividir o capítulo da seguinte forma:
11.1,2(a) - Introdução
11.2(b)-35 - Fatos que já ocorreram na história
11.36-45 - Fatos que ainda não ocorreram na história e se referem ao final dos tempos.

II- Análise do capítulo 11

11.1,2(a) - Introdução
1- Este versículo da continuidade ao capítulo anterior, e é uma breve introdução.
“Mas...”- Liga este capítulo ao anterior, dando seqüência ao texto
... eu, no primeiro ano de Dario, o medo, me levantei para o fortalecer e animar” – Refere-se a Dn 9.1,20-22, logo, isto mostra que se trata de Gabriel.
11.2(a)- Esta pequena parte do versículo mostra o que será dito daqui para frente- “... Agora, eu te declararei a verdade: ”.

11.2(b)-35 - Fatos que já ocorreram na história

A primeira parte das profecias deste capítulo (2(b)-35) refere-se a fatos que já se cumpriram na história, concentrando-se principalmente nos acontecimentos na Pérsia e na Grécia. Estas profecias cumpriram-se de forma literal e muitíssimo detalhada na história, causando grande impacto e espanto entre muitos historiadores.
A última parte do capitulo 11, do versículo 36 em diante, passa para o “TEMPO DO FIM”, haja vista os fatos narrados não terem ações correspondentes ao longo da história. A partir do versículo 36, será relatado mais uma vez as ações do ANTICRISTO.
O cumprimento das profecias é dado detalhadamente pelo estudioso  A. C. Gabelein.
11.2 (b)... “Eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, tornado forte por suas riquezas, empregará tudo contra o reino da Grécia".

            Ver Esdras 4: 5-24. Os três reis foram ASSUERO, ARTAXERXES E DARIO, conhecidos na historia secular como CAMBISES, PSEUDO SMERDIS e DARIO HISTAPAIS (não Dario o Medo). O Quarto é XERXES, que, como nos conta a História, era imensamente rico. A invasão da Grécia aconteceu 480 a. c.

11.3 Depois, se levantara um rei poderoso, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver.

            Os sucessores de Xerxes não são conhecidos. O reino poderoso deste versículo é chifre insigne visto por Daniel no bode do capítulo 8. Alexandre o grande (335 ac)

11.4  Mas, no auge,  o seu reino será quebrado e repartido para os quatros ventos do céu; mas não para sua posteridade, nem tão pouco segundo o poder com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros fora de seus descendentes.

            Alexandre morreu com pouca idade. O chifre ilustre foi quebrado. Seu império foi divido em quatro partes (quatro ventos) depois da batalha de IPSUS, 301 ac., a sua posteridade não recebeu o reino, e sim seus quatro generais: Ptolomeu, Lisimachus, Seleucus Nicator e Cassander. Nenhum deste chegou a gloria do domínio de Alexandre.

11.5  O rei do Sul será forte, como também um de seus príncipes; este será  mais forte do que ele, e reinará, e será grande o seu domínio.

            A profecia não segue com a Ásia e a Grécia, mas a Síria e o Egito entram na cena, porque o rei do Norte (Síria) e o rei do Sul (Egito), haviam de ter contato com os judeus. A terra santa ficou envolvida com ambos. O rei do Sul era Ptolomeu Lagus. Um dos seus príncipes era Seleucus Nicator. Ele exerceu um grande domínio que se estendeu ao Rio Índus.

11.6 Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão um com o outro; a filha do rei do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia; ela, porém, não conservará a força do seu braço; e ele não permanecerá, nem o seu braço, por que ela será entregue, e bem assim os que a trouxeram, e seu pai, e o que a tomou por sua naqueles tempos.

            Aqui temos outro intervalo. Estes versículos leva-nos até 250 ac . Os dois que fazem aliança são reis do Norte (a divisão Síria do império Grego) e do Sul ( Egito). Esta aliança foi efetuada pelo casamento da filha do rei do Sul, a princesa egípcia Berenice, filha de Ptolomeu II, com Antíoco Theos, o rei do Norte. A combinação foi que Antíoco havia de se divorciar de sua esposa e fazer com que qualquer filho de Berenice herdeiro do reino. Esta aliança acabou num desastre. Quando Ptolomeu morreu, Antioco Theos, em 247 ac, chamou a sua esposa anterior: Berenice e seu filho foram envenenados, e o filho da primeira esposa, Calinicus, foi posto no trono como Selecus II.

11.7 Mas, de um renovo da linhagem dela, um se levantará em seu lugar, e avançará contra o exército do rei do Norte,  e entrará na sua fortaleza, e agirá contra eles, e prevalecerá.  

            Este rebento das suas raízes (de Berenice, que tinha sido assassinada) era seu irmão Ptolomeu Euergetes, que vingou a morte dela. Ele conquistou a Síria. Agiu contra Seleucus II, rei do Norte e matou a esposa de Antioco Theos que envenenara Berenice. Ela tomou posse da fortaleza, o  porto de Antioquia.

11.8 Também aos seus deuses com a multidão das suas imagens fundidas, com os seus objetos preciosos de prata e ouro levará como despojo para o Egito; por alguns anos, ele deixará em paz o rei do Norte.

            Ptolomeu Euergetes fez exatamente como disse a profecia. Ele voltou com 40.000 talentos de prata e 2.500 ídolos e vasos idolatras. Muitos destes, Cambises tinha levado  para a Pérsia.

11.9 Mas, depois, este avançará contra o reino do rei do Sul e tornará para a sua terra.

            Em 240 ac. Seleucus Calinicus, o rei do Norte, invadiu o Egito, mas voltou derrotado. Sua frota pereceu numa tempestade.

11.10 Os seus filhos farão guerra e reunirão numerosas forças; um deles virá apressadamente, arrasará tudo e passará adiante; e, voltando à guerra, a levará  até à fortaleza do rei do Sul.

            Os filhos de Seleucus Calinicus eram Seleucus III e Antioco, o Grande. Seleucus (Ceraunos) III começou uma guerra contra as províncias do Egito na Ásia menor. Não foi bem-sucedido. O outro filho Antíoco, invadiu o Egito e passou adiante, porque Ptolomeu Filopáter não lhe fez oposição. Em 218 ac. Antíoco continuou a guerra e tomou a fortaleza de Gaza.

11.11 Então, este se exasperará, sairá e pelejará contra ele, contra o rei do Norte; este porá em campo grande multidão, mas a sua multidão será entregue nas mãos daquele.

            Em 217 ac. Ptolomeu animou-se e atacou Antíoco, o Grande, com imenso exército, e o derrotou. A multidão foi entregue nas mãos de Ptolomeu Filopáter.

11.12 A multidão será levada, e o coração dele se exaltará; ele derribará miríades, porém não prevalecerá.
            O povo do Egito levantou-se, e o fraco Ptolomeu tornou-se corajoso. Refere-se aqui outra vez a sua vitória. Foi ganha em Rafia. Ele podia ter-se valido da vitória, mas não a aproveitou, entregou-se a uma vida de luxúria.

11.13 Porque o rei do Norte tornará, e porá em campo multidão maior do que a primeira, e, ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande  exército e abundantes provisões .

            Uns quatorze anos depois, 203 ac., Antíoco ajuntou um exército maior, e voltou para o Egito. Ptolomeu Filopáter tinha morrido, e deixado um filho criança em seu lugar, Ptolomeu Epifânio.

11.14 Naqueles tempos, se levantarão muitos contra o rei do Sul; também os dados à violência dentre o teu povo se levantarão para cumprirem a profecia, mas cairão.

            Também no Egito havia muitos rebeldes. Havia também como lemos em Josefo (antigo historiador judeu), judeus malvados que ajudaram Antíoco. Estes “violentos dentre o teu povo” estabeleceram a visão. Cooperaram com a profecia.

11.15 O rei do Norte virá, levantará baluartes e tomará cidades fortificadas; os braços do Sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.

            Tudo isto se cumpriu nas lutas que se seguiram.

11.16 O que, pois, vier contra ele fará o que bem quiser, e ninguém poderá resistir a ele; estará na terra gloriosa, e tudo estará em suas mãos.

            A invasão da terra gloriosa por Antíoco seguiu. Ele subjugou toda a terra. Era também bem disposto para com os judeus porque tomaram partes com Antíoco, o Grande, contra Ptolomeu Epifânio.

11.17 Resolverá vir com a força de todo o seu reino, e entrará em acordo com ele, e lhe dará uma jovem em casamento, para destruir o seu reino; isto, porém, não vingará, nem será para a sua vantagem .

            Isto nos traz aos anos de 208 – 205 ac. Antíoco quis ganhar posse do Egito. Fizeram um convênio. Neste tratado entre Antíoco e Ptolomeu Epifânio, Cleópatra filha de Antíoco foi desposada por Ptolomeu. Porque se chama Cleópatra “filha das mulheres”?  Porque era muito nova e estava sob a proteção de sua mãe e da avó. O tratado ficou em nada.

11.18 Depois, se voltará para as terras do mar e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar-lhe o opróbrio e ainda fará recair este opróbrio sobre aquele.

            Alguns anos mais tarde Antíoco conquistou algumas ilhas na costa da Ásia menor. O príncipe (literalmente “capitão”) é Scipio Asiáticus. Antíoco trouxera opróbrio sobre os romanos pela suas ações, e ele foi derrotado. Deu-se esta derrota em Magnésia, em 190 ac.

11.19 Então, voltará para as fortalezas da sua própria terra; mas tropeçará, e cairá, e não será achado .

            Antíoco voltou a sua própria terra. Chegou a um fim triste, quando quis roubar o templo de Belus em Elimais.

11.20 Levantar-se-á, depois, em lugar dele, um que fará passar um exator pela terra mais gloriosa do seu reino; mas, em poucos dias, será destruído, e isto sem ira nem batalha.

            Isto se refere à Seleucus Filopáter, em 187- 176 ac. ele era conhecido como exator de impostos, tinha má fama entre os judeus devido as suas exações. Um cobrador seu, chamado Heliodoro, o envenenou, e assim foi morto “sem ira nem batalha”.

OBSERVAÇÃO: Antíoco Epifânio (ou Epífanes) → figura do ANTICRISTO

Os versículos seguintes tratam da pessoa de Antíoco Epifânio, que consideramos uma “figura” do ANTICRISTO, por toda a sua crueldade e ódio para com os judeus e por todas as abominações que cometeu, profanando, inclusive, o Templo do Senhor.
Do versículo 31 ao 35 vemos acontecimentos já ocorridos, mas que servem de figura profética para o tempo de tribulação em Israel.
A partir do versículo 36 até o final do capítulo 11 a profecia é específica para o tempo do fim.

11.21 Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino, com intrigas.

            Este homem desprezível não é outro senão Antíoco Epifânio. Ele não tinha nenhum direito a dignidade real, por ser apenas um filho menor de Antíoco, o Grande. Obteve entretanto a coroa por astúcia e por lisonjas. Ele é o chifre pequeno do capítulo 8.

11.22 As forças inundantes serão arrasadas de diante dele; serão quebrantadas, como também o príncipe da aliança.

            Ele teve êxito em derrotar seus inimigos. O príncipe do conserto pode ser seu sobrinho Ptolomeu Filometor. Ele venceu também os generais de Filometor.

11.23 Apesar da aliança com ele, usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente.

            Fingiu amizade com o jovem Ptolomeu, mas agiu enganosamente. Para evitar suspeitas, invadiu o Egito com uma pequena força, mas conquistou-o até Mênfis.

11.24 Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais: repartirá entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.

            Tomou posse dos lugares férteis do Egito sob pretexto de paz. Tomou Pelucium e sitiou os lugares fortificados Naucrates e Alexandria.

11.25 Suscitará a sua força o seu ânimo contra o rei do Sul, à frente de grande exército; o rei do Sul sairá à batalha com grande e mui poderoso exército, mas não prevalecerá, porque maquinarão projetos contra ele.

            Este rei do Sul é Ptolomeu Fiscon, que foi feito rei depois de Filometor ter caído na mão de Antíoco. Ele tinha um grande exército, mas não teve êxito porque havia traição no seu próprio arraial.

11.26 Os que comerem os seus manjares o destruirão, e o exército dele será arrasado, e muitos cairão traspassados.

            Houve mais feitos militares de Antíoco em que ele foi bem sucedido.

11.27 Também estes dois reis se empenharão em fazer o mal e a uma só mesa falarão mentiras; porém isso não prosperará, porque o fim virá no tempo determinado .

            Os dois reis são Antíoco Epifânio e seu associado Filometor. Fizeram uma aliança contra Ptolomeu Evergeta II, chamado também de Fiscon. Mentiram uns aos outros e não conseguiram nada nos seus planos.

11.28 Então, o homem vil tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra a santa aliança; ele fará o que lhe aprouver e tornará para a sua terra.

            Em 168 ac. ele (Antíoco) voltou de sua expedição com grandes riquezas. Então marchou através da Judéia e praticou atrocidades. Ele ouviu um boato de que o povo judaico dissera que ele morreria. Então ele se retirou para Antioquia.

11.29 No tempo determinado, tornará a avançar contra o Sul; mas não será nesta última vez como foi na primeira,

            O mesmo fez mais uma tentativa contra o Sul, mas não teve tanto êxito.

11.30 porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; e, tendo voltado, atenderá aos que tiverem desamparado a santa aliança.

            As Naus de Quitim são a frota Romana. Quando Antíoco estava a pouca distância de Alexandria, ouviu que navios tinham chegado, e foi cumprimentá-los. Entregaram-lhe cartas do Senado romano, nas quais era mandado, sob pena do desagrado do povo romano, terminar a guerra com os seus sobrinhos. Antíoco disse que “iria consultar seus amigos”; então Pompílio, um dos legados, com a sua vara fez um círculo na areia em volta de Antíoco, e disse que não havia de sair de tal círculo sem dar resposta. Sentindo-se derrotado, voltou à Judéia, onde praticou mais perversidades. Judeus apóstatas associaram-se com ele.

11.31 Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora .

            Isto nos traz ao auge dos horrores sob Antíoco Epifânio. Uma previa alusão ao mesmo assunto encontra-se no capítulo 8: 9-12. Ele mandou Apolônio com mais de 20.000 homens para destruir Jerusalém. Houve multidão de mortos, e mulheres e crianças foram levadas cativas. Ele fez um decreto pelo qual todo povo havia de conformar-se com a idolatria da Grécia. Um grego iníquo foi enviado a sustentar este decreto. Todos os sacrifícios cessaram, e o ritual judaico dado por Deus terminou. O templo foi contaminado com carne de porcos, e dedicado ao deus Júpiter Olimpio. Assim cumpriu-se a profecia.

11.32 a 35 – Estes versículos descrevem os feitos heróicos de Israel sob os irmãos Macabeus, que iniciaram a revolta dos judeus contra Antíoco em 167 (165) ac. Nesses mesmos versículos vemos duas classes de judeus durante a época da revolta contra Antíoco: os infiéis apóstatas que se uniram ao inimigo, e um restante que ficou fiel a Deus.
De igual modo, nos dias do ANTICRISTO haverá judeus infiéis, mas também um grupo fiel de 144.000 marcados por Deus para testemunharem durante a grande tribulação. Alguns dentre os judeus crerão na mensagem do Evangelho do Reino durante a tribulação.

O VERSICULO 35 NOS INTRODUZ NO “TEMPO DO FIM” DO PODER GENTILICO

  
11.36-45 - Fatos que ainda não ocorreram na história e se referem ao final dos tempos.

36-45 – Tratam de eventos que não possuem correspondência em toda a história passada: um quadro profético do ANTICRISTO e sua atuação, especialmente quanto a Israel.

O governante citado nos versículos a seguir não é Antíoco Epifânio ou qualquer outro que já tenha surgido na história; chegamos a esta conclusão devido às características apresentadas em todo o contexto. Trata-se do Anticristo.
Sobre esta posição, podemos afirmar que:
1º-A interpretação tradicional da Igreja apostólica é que do versículo 36 em diante, o texto se refere ao Anticristo.
2º-A última seqüência de versículos (32-35) se refere ao período dos Macabeus.
3º-A informação de que este personagem levanta-se contra todo “deus” e contra o Deus verdadeiro é a mesma encontrada a respeito do Anticristo em     II Ts 2.3,4 ; Ap 13. 5,6
4º-Repare que a expressão: “rei do Norte”, no versículo 40 não pode estar se referindo a Antíoco Epifânio, porque no início do versículo está escrito: “No tempo do fim ...”; ora, este rei que se levantará no fim dos tempos é o mesmo do versículo 36.
5º-Na história não há registro de um conflito tal como no versículo 40 que envolvesse Antíoco Epifânio; pelo contrário, sua última investida contra o sul não foi bem sucedida, veja os versículos 29-31 e as respectivas interpretações nas páginas anteriores.
6º- Este rei prosperará até que se cumpra a indignação (até que se encerre a tribulação).
7º- “Este rei...” (v.36), refere-se ao rei que Daniel viu na visão, lembre-se que o anjo está trazendo a interpretação de uma visão que Daniel teve. Após o versículo 35 há um parêntese.
8º-O capítulo 12 inicia-se com a expressão “nesse tempo” como continuidade dos eventos escatológicos tratados nos versículos 36 a 45, ou seja, os eventos do capítulo 12 ocorrem na mesma época dos eventos do capítulo 11.36-45.
Sabemos que o capítulo 12, versículo primeiro diz que naquele tempo haverá uma angústia qual nunca houve e nunca mais haverá, tratando-se do período da Grande tribulação, na qual o Anticristo se manifestará.
Concluímos, portanto, que os versículos 36-40 tratam do Anticristo.

Vejamos alguns detalhes importantes:
36- O Anticristo crescerá e se ensoberbecerá. Blasfemará contra o próprio Deus!
Não será detido durante a tribulação e prosperará até que se encerre o tempo determinado (a última semana de Dn 9.24).
37-“nem ao desejo das mulheres”; alguns interpretes crêem que esta expressão pode ser uma indicação de que há uma probabilidade do Anticristo ser homossexual, o que não podemos afirmar totalmente nem descartar.
Não respeitará nenhum “deus” nem ao Deus verdadeiro, pois dirá ser deus e buscará adoração para si próprio. II Ts 2.4 
*Observação: Para que seja recebido por judeus como Messias, será necessário que o Anticristo seja de descendência judaica. Como a Besta surgirá do antigo império romano, podemos dizer que, provavelmente, o Anticristo seja um judeu europeu.
38-“deus das fortalezas”- Guerra; o seu deus será a força das armas!
39- “deus estranho”-  Refere-se a Satanás. Ver II Ts 2.9
O Anticristo será possuído pelo próprio Diabo. Ele recompensará aos seus aliados, mas perseguirá todo aquele que se levantar contra ele.
40-44-Estes versículos retratam um conflito que haverá entre potências no final dos tempos. Os fatos narrados ocorrerão durante a última metade da última semana profetizada por Daniel.
Certamente muitos detalhes ainda nos são de difícil compreensão, mas vale anotar os seguintes pontos:
O rei do Norte descrito no v. 40 é o Anticristo.
Israel estará no centro do conflito (Terra Gloriosa) e será invadido.
De forma milagrosa, Deus poupará alguns territórios para que os judeus escolhidos possam escapar. Ver Mt 24.15-21
Podemos ver quatro potências diferentes no final dos tempos:
*O império do Anticristo (rei do Norte) (v.40) – Antigo império romano -Superpotência européia
*O rei do Sul (v.40)
*Aliança de países ao Norte (v. 44)
*Potência do Oriente (v.44)
45- O quartel general do Anticristo estará armado entre os mares contra o glorioso monte; isto é, contra Jerusalém, a cidade de Davi. Podemos ver neste versículo o cenário da batalha do Armagedom (Montanha de Megido -Um campo de batalha profético, onde os reis da terra se reunirão para uma batalha no grande dia do Deus Todo-Poderoso- Ap 16.16).
O glorioso monte aqui mencionado é o Monte Sião, antes chamado Moriá; local do templo, em Jerusalém.
O Anticristo virá com toda a sua fúria contra Jerusalém, entretanto, será o seu fim!  Sabemos que Jesus voltará e encerrará a grande tribulação, destruindo o Anticristo e todo o seu exército.

Finalizamos aqui o estudo do capítulo 11. Na próxima aula estaremos encerrando a análise do livro de Daniel.

























Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Aula nº 13
Assunto: Estudo do capítulo 12
Conclusão da profecia com mais detalhes sobre o fim

Queridos irmãos, estamos chegando ao estudo do último capítulo do livro de Daniel; este capítulo não somente encerra a seqüência iniciada no capítulo 10, como também faz o fecho de todo o livro.
Neste capítulo iremos encontrar mais alguns detalhes sobre a época da grande tribulação, avançando, inclusive, para além deste período.

I-Esboço do capítulo 12

Apesar de pequeno, o capítulo 12 pode ser dividido da seguinte forma:
1-4 A grande tribulação
1-Período de angústia para Israel, entretanto com promessa de salvação para os fiéis.
2- Um parêntese: Uma referência às duas ressurreições
3- Uma promessa para os fiéis sábios e mestres
4- O livro selado

5-12- Conclusão da profecia - O cumprimento de todas as coisas em relação a Israel até o Reino Milenar

13- Encerramento do livro com uma promessa feita a Daniel

II – Análise do capítulo 12
Estaremos analisando seqüencialmente versículo por versículo...

1- “Naquele tempo”, ou seja, continua o assunto de Dn 11.45. O tempo é a grande tribulação.
Sabemos que existem poderes espirituais que atuam nas nações (Dn 10.  20,21), entretanto, Deus pelejará para que Israel não seja totalmente aniquilado.
O que Israel passará na segunda metade da grande tribulação será algo terrível e nunca visto antes na história da humanidade; infinitamente pior do que o holocausto!
Apesar de todo o sofrimento e genocídio, Deus preservará a vida dos seus escolhidos. Israel será salvo no final, quando Cristo voltar com poder e grande glória!

2- Neste versículo há uma referência às duas ressurreições, entretanto, sabemos que haverá um espaço de mil anos entre elas.
A 1ª ressurreição se encerrará quando os mártires da tribulação ressuscitarem na vinda de Jesus; eles reinarão com Cristo. A ressurreição é mencionada, pois muitos judeus piedosos morrerão durante a grande tribulação, bem como gentios que não aceitarão a marca da besta. A 2ª ressurreição, que é para a perdição, é mencionada a fim de ressaltar o contraste e a diferença entre o fiel e o infiel, a fim de incentivar os justos.

3-Uma recompensa para quem for sábio (aquele que ama a Deus e permanece fiel) e para os mestres (conduzem o povo a verdade). Esta recompensa é dita, obviamente pelo grau de dificuldade que encontrarão.

4-Muitas coisas não estavam totalmente claras para Daniel e isto é perfeitamente compreensível, pois quanto mais o tempo passa, mais vemos o poder de Deus e a sua soberania claramente se manifesta com o desenrolar da história.
Daniel recebeu revelações que avançariam muitos anos após a sua época. Ele viu o império grego emergindo, o império romano e muitos outros detalhes, porém não viveu quando se cumpriram a maior parte das profecias. Hoje sabemos que quase tudo se cumpriu detalhadamente, portanto, o livro está cada vez mais aberto!
O livro estava selado; porém, hoje você o estuda diligentemente e pode perceber que caminhamos para a conclusão de todas as coisas.
A ciência se multiplicou, pois: Temos o Espírito Santo habitando em nosso coração, e, também, conforme o tempo passa, as profecias vão se tornando cada vez mais claras. Exemplo: A formação da União Européia é uma realidade, a globalização, as alterações climáticas, etc... Hoje podemos compreender com mais exatidão o conteúdo do que Deus mostrou a Daniel.
Podemos ter a certeza de duas coisas:
-O fim está próximo, pois a ciência tem aumentado (é melhor ver ciência neste versículo como conhecimento sobre a revelação de Deus do que como desenvolvimento tecnológico, apesar de ser uma realidade também que a tecnologia avança cada vez mais).
2º-Se 95% das profecias se cumpriram detalhadamente, será que apenas     5 % não se cumprirão? Certamente que tudo acontecerá em breve!

5- “outros dois”; dois anjos; é obvio!

6- Quando se cumprirão estas maravilhas?
A pergunta se refere as revelações dadas a Daniel, mais precisamente o fecho de todas as coisas; a destruição do poder do Anticristo e a queda de todo poder humano; o tempo no qual Israel seria purificado e os justos reinariam.

7-O poder do Anticristo somente seria quebrado após se cumprir o desígnio de Deus quanto à purificação de Israel; o que duraria os últimos 3,5 anos da grande tribulação. A nação precisa ser “moída” para que se volte para Deus. Quando isto acontecer, Jesus voltará e destruirá o Anticristo e reinará sobre Israel e toda a Terra.

8,9-Mais uma vez podemos notar que Daniel não entendeu completamente as profecias, entretanto, as palavras seriam preservadas até o fim.

10-Até que tudo se cumpra, Deus continuará a trabalhar nos seus servos, entretanto, quanto aos ímpios, piorarão cada vez mais! Ver Ap 22.11

11- 1290 dias - Metade da tribulação (3,5 anos= 1.260 dias) mais 30 dias (um mês profético)
A abominação desoladora será colocada no início da segunda metade da tribulação. A aliança entre o Anticristo e Israel será quebrada.
Sabemos que Jesus voltará e destruirá o Anticristo dando fim a grande tribulação, após isto será feito o juízo das nações, neste serão separadas as ovelhas (entrarão no milênio) dos bodes (não entrarão no milênio).
Segundo alguns comentaristas, provavelmente os 30 dias acrescidos sejam referentes ao juízo das nações.

12- 1335 dias- 1290 + 45 dias – Segundo alguns estudiosos, provavelmente o tempo que levará da segunda metade da tribulação até o início do milênio, ou seja, 45 dias de preparo para o início do reino.

13- “Segue o teu caminho até o fim”, ou seja, persevere como tens feito até o fim da tua vida!
O livro se encerra com uma palavra de consolo para Daniel e a certeza de que ele ressuscitaria para receber a sua recompensa. Sem dúvida, estas palavras servem de consolo e refrigério também para a alma daquele que ler este livro!

Encerramos aqui a análise do livro de Daniel



































Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Conclusão

Amados irmãos, ao findarmos o estudo deste livro, podemos perceber claramente a soberania de Deus e o seu controle sobre toda história da humanidade. Tenho a convicção de que este estudo forneceu aos irmãos um importante auxílio para a interpretação do livro de Daniel, bem como informações importantes, que, somadas aos demais estudos escatológicos, darão uma boa base para o estudo do Apocalipse e também para a compreensão de eventos futuros.
Cada lição nos animou a buscarmos a santidade; em cada capítulo a nossa confiança em Deus aumentava; em cada aula observamos que a nossa redenção está mais perto do que podemos imaginar; em cada leitura encontramos força para suportarmos com paciência as provações, visto que a esperança da nossa redenção se aproxima.

A Maravilhosa Graça do Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos! Amém

































Semente da Vida
Departamento de ensino
Estudo Bíblico
Tema: Análise do livro de Daniel
Bibliografia


1)Almeida, Abraão de; Israel,Gogue e o Anticristo-Edição revista e ampliada,CPAD.

2)Almeida, Abraão de; Lições da História (Que não podemos esquecer) –Editora Vida.

3)Arrington, French L./ Stronstad, Roger; Comentário Bíblico Pentecostal- Novo Testamento-CPAD.

4)Bíblia online- módulo avançado- recursos do dicionário de Almeida e Strong.

5)Bíblia de Estudos Pentecostal- online- CPAD.  

6)Bueno, Francisco da Silveira; Dicionário Escolar Da Língua Portuguesa-Ministério da Educação- 11ª edição-1992, Biblioteca Nacional-FAE.

7)Champlin, Russel N.: O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo- Vol  5- Editora Hagnos.

8)Champlin; Russel N., O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol6, Ed Hagnos. 

9)Coenem, Lothar/ Brown, Colin: Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento- Volumes  I e II- Editora Vida Nova.

10)Cunha, Guilhermino: O Terceiro Milênio e a Nova Ordem Mundial- Editora Cultura Cristã

11)Davidson, F. ; O Novo Comentário da Bíblia- Ed 1 vol- Editora Vida Nova.

12)Douglas, J.D. ; O Novo Dicionário da Bíblia-Ed 1 vol- Editora Vida Nova.
 
13)Gilberto; Antonio; O Calendário da Profecia- CPAD.
        
14)Gilberto, Antonio; Daniel e Apocalipse –– CPAD.

15)Harris, R. Laiird/ Archer, Gleason L. Jr./ Waltke, Bruce K. ;Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento - Ed. Vida Nova.

16)Mcnair;S.E., A Bíblia Explicada, CPAD.

17)Nigh, Kepler : Manual de Estudos Proféticos- Editora Vida

18)Thompson, Frank Charles: Bíblia Sagrada- / Traduzida por Almeida, João Ferreira de- Edição contemporânea – Editora Vida.

19)Traduções da Bíblia Sagrada: Almeida Revista e Atualizada (ARA); Almeida Revista e Corrigida (ARC); Almeida Contemporânea (AC); Almeida Corrigida Fiel (ACF); Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH) e Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).

20)Woodrow, Ralph: Babilônia, a religião dos mistérios- Editora Ralph Woodrow Evangelistic Association, Inc (USA).

21)Apostilas, mapas e publicações:
A) Mapa – Escatológico – CPAD


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